Muchas gracias!
Veio o segundo tempo, e Renato não acreditava no que via: era o Goiás quem dominava as principais ações em campo e criava as situações mais claras de gol. Nos últimos minutos, ele já torcia para que o árbitro terminasse logo o jogo. Na prorrogação, a angústia seguiu intensa, assistindo ao Goiás meter uma bola na trave e ter um gol anulado. Era algo surreal aquela decisão. Quando acabou a prorrogação, Renato soltou mais um suspiro, dessa vez num misto de alívio com desespero.
Enquanto não iniciavam as cobranças de pênaltis, Renato toma cinco canecas de chope e esquece de tudo ao seu redor: só pensa que quando tudo acabar vai beber pra comemorar ou pra esquecer. A ressaca do outro dia será de satisfação ou de amargura. Quando começam as cobranças, os gols do Independiente são comemorados com gana, e os do Goiás são lamentados com um aperto forte no peito. Entre o tempo em que Felipe chutou na trave e Tuzziu fez o gol do título, Renato pensou em toda a sua vida.
Primeiro, lembrou da sua mãezinha, que falecera no início do ano em Bento Gonçalves. Depois, sentiu um frio na barriga ao lembrar a derrota que sofreu para a LDU em uma final de Libertadores quando treinava o Fluminense. O frio na barriga aumentou ao lembrar que esse mesmo Independiente tirou o título da Libertadores do Grêmio em 1984. Porém, começou a se reanimar ao lembrar as atuações gloriosas vividas pelo tricolor nos títulos da Libertadores e do Mundial de 1983. Mas a empolgação aumentou mesmo a partir do momento em que, num flash de imagens rápidas, passou todos os orgasmos que ele teve com as cerca de 5 mil mulheres com quem ele afirma ter transado até hoje. Eram expressões faciais e gemidos de rostos brancos, pretos, amarelos, cabelos curtos, longos, lisos, crespos, loiras, ruivas, morenas, japonesas, altas, baixas, gordas, magras, gostosas, casadas, solteiras, divorciadas, namoradas, noivas, ninfomaníacas, enfim, todo o tipo de fêmea. E ele sentia que no momento em que a bola do título do Independiente entrasse, o êxtase que ele sentiria seria talvez maior do que muitos daqueles orgasmos. E foi assim que Renato comemorou intensamente o título dos argentinos.
No outro dia, de ressaca, depois de ter feito sexo loucamente com sua esposa até perto do meio-dia (ou com outra, vá saber...), Renato atende ao telefone e atende a um jornalista, declarando: “Hoje estou feliz: a luzinha no fim do túnel se tornou um sol”. E ao desligar o telefone, e olhar pela janela o sol radiante que estava na praia, ele lembrou de uma castelhana que fez loucuras com ele após um jogo contra um clube argentino, e murmurou: “muchas gracias, hermanos e hermanas”.
Um bom fim de semana a todos e uma “boa” estréia no mundial para os colorados na terça.
* Texto que será publicado no Jornal das Missões deste sábado.
3 Comentários:
Tá vendo?? Ninguém participa qd é futebol.....
Por Silvério, às 10 de dezembro de 2010 às 13:38
AUHAUHAUHAUHA. pior q eh verdade... Mas sabia q tu ia aparece!
Por Eduardo, às 11 de dezembro de 2010 às 03:27
Foi uma tremenda injustiça! Mas fiquemos felizes pelos coirmãos da Azenha...hehehehe
Mas no momento estamos pensando no bi mundial porquê em Abu dá bi! hehehehehe
5 mil mulheres? Esse papudo deve ter papado muitas mulheres, mas 5 mil? Ah para!
Por Marcos, às 12 de dezembro de 2010 às 12:28
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