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domingo, 3 de julho de 2011

Tudo depende de tudo

Uma meia dúzia de pessoas já veio me falar para que eu não escrevesse sobre a minha vida pessoal nesse humilde espaço. Porra, se eu não escrever sobre a MINHA vida nessa porra, vou escrever sobre a vida de quem???? Do Badanha? Toda a vez que me meto a escrever sobre a vida de outrem, chovem protestos, quiçá, ameaças. “Ou você tira isso do teu blog, ou...”. Ou??? Imaginem então se eu fosse escrever sobre a vida do Papa ou da Dilma? O que vou escrever sobre eles, se as únicas informações que tenho são as transmitidas pela imprensa, que está cada vez tão oficialisca quanto o Dário Oficial de 200 anos atrás.
Enfim, lendo Hunter Thompson e outros, fico imaginando as mulheres, amantes, filhas, tias, mães, vizinhas (já perceberam que 90% das reclamações são de “as”?) dizendo: “você não pode publicar isso, Fulano, isso vai te prejudicar no futuro. Estou falando isso para o teu bem...”. E por aí vai. Inclusive, no final de um dos livros do velho Buk, a sogra dele inventa de ler um de seus livros. Quando ele pergunta para a mulher o que a velha achou, ela responde, mal-humorada: “Por que você tinha que escrever todas aquelas coisas?”. Então, o velho Buk respira fundo e, satisfeito com o resultado, pensa algo maios ou menos assim: “ainda bem que a velha não gostou. Ela é o tipo de pessoa que se assiste a novela das oito, preocupa-se com a roupa da moda e em quanto o vizinho do apartamento de baixo ganha por mês. Se ela gostasse do que escrevo, aí sim que eu teria que me preocupar....”.
Por essas e outras gosto tanto de escrever sobre eu mesmo. Ou melhor, sobre histórias que vivenciei ou testemunhei. Por isso, às vezes venho aqui desabafar alguma merda que está entupida na privada do cérebro, venho contar algum acontecimento bizarro que aconteceu comigo ou narrar algo que julgo ser de interesse público (não importa o tamanho desse “público”). Por isso venho aqui para reclamar da dor de cabeça causada por um trago fenomenal, ou para xingar o técnico do Grêmio, ou ainda para falar sobre o livro que estou lendo...
E não tem jeito. Quando acontece alguma coisa revoltante por demais, a minha veia jornalística (principalmente no sentido gonzo do termo) começa a pulsar mais forte e acabo vindo aqui e narrando tudo o que aconteceu ou que testemunhei. Isso sem considerar que ultimamente, devido aos ótimos feitos conquistados por mim mesmo, tenho poupado muitas cabeças. Nesse sentido, não há como negar: o humor acaba influenciando no texto do autor. Tudo depende do humor ou do tamanho do trago que se está no momento em que se apertam as teclas da porra do teclado. Se as coisas andam bem, você até vê uma barbaridade, do tipo, um senhor de mais de 50 anos falando para uma criança de 10 que estudar não é importante e não leva a nada e acaba ficando quieto. Mas, depois que o bom humor passa ou que você ingere umas e outras, aquela vontade de contar o absurdo da situação para todo mundo acaba falando mais alto. Já se você está de mau humor quando o desmiolado está falando a merda toda para a cria, você não pensa duas vezes e mete a mão na fuça do cara. Enfim, pesando bem, é melhor estar de bom humor na hora do troço e ficar de mau humor depois. Ou não. Tudo depende. Se você acha justo um soco na fuça do cara, aí é melhor estar de mau humor na hora do acontecido. Ou de trago. Tudo depende de tudo. Ou de nada, vá saber.
FIM

3 Comentários:

  • Dã. Tudo o que a gente escreve é pessoal... ou tem um viés pessoal.tava vendo as fotos da herdeirinha no facebook, é uma princesinha! òsculos e amplexos gerais pra familia!

    Por Blogger Marcos, às 4 de julho de 2011 às 05:51  

  • tudo depende, tudo é relativo...

    cara, eu aprendi que o conceito de crônica, por exemplo, é tu pegares uma situação do teu dia-a-dia, não necessariamente vivida por ti, e utilizá-la para contextualizar e assim criar a tal crônica... sendo assim, a partir desse aprendizado, acho que não tem nada a ver essa coisa do escrever sobre a tua vida, sendo que na verdade, acontecem contigo situações parecidas com mutas outras pessoas que assim podem se identificar com os textos.

    Enfim... acho que tá tudo bem, ate porque eu uso eu "brogue" pra desabafar também... faz parte do jogo... hehe

    abraço ae manolo!

    Por Blogger Mr. Gomelli, às 4 de julho de 2011 às 10:33  

  • esperma alemao!

    Por Blogger Zaratustra, às 4 de julho de 2011 às 13:32  

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