Vida de vagabundo rico
Inicialmente tinha um cachorro, mas ele não atendia ao telefone, e eu precisava de alguém para ligar para algumas pessoas, mandar e receber recados, ir ao super-mercado, cozinhar, buscar comida no restaurante, enfim, uma secretária profissional. E como teria que vê-la todo o dia, tive que optar entre as mulheres gostosas mas burras, e as feias inteligentes. Optei pelo primeiro grupo, já que estava interessado em alguém para cumprir as tarefas sem questionar, e as feias inteligentes são muito questionadoras. Isso não quer dizer que eu ache todas as mulheres feias inteligentes, ou todas as bonitas burras. Existem feias burras e bonitas inteligentes. Nunca esqueçam: para cada regra, há exceção. É assim em tudo na vida: com os idiomas, com a matemática, com o sistema e com as mulheres. Entretanto, não queria arriscar. Contratei logo a Simone por ela ser gostosa e, não vou dizer burra, mas não muito inteligente. Ela é inteligente para obedecer. E para se vestir. Gosto do short dela.
Vezemquando eu adiciono um extra em seu salário para que ela faça outros serviços, sabe cumé, ninguém é de ferro. Porém, classifico essa relação como estritamente profissional, pois estou pagando pelos seus serviços. E tenho que me controlar para não viciar. Quando me pego sentado na cadeira, olhando para o céu estrelado, pensando nos seus lábios, nas suas coxas, nos seus peitos, na sua bunda... resolvo dar um tempo. Tranco-me no quarto e ela só me chama para fazer esse elo entre eu e o mundo. Pois então, era num desses dias que eu estava deitado, descansando das horas extras de sono dormido, quando Simone bateu na porta.
- Pode entrar – resmunguei.
- Oi sr. Palhares. Um senhor falando uma língua estranha, acho que inglês, está no telefone.
Adoro quando a Simone parece burra. Atendi ao telefone, e o diálogo, traduzido aqui por esse que vos escreve, foi mais ou menos o seguinte:
- Alô.
- Alô, senhor Palhares?
- Diga.
- Boa tarde senhor Palhares, tudo bem com o senhor? (silêncio). Her..hmm. Bom, eu sou da American Ass, somos parceiros da Open Pussy. Gostaríamos de contratá-lo para fazer um trabalho temporário conosco...
- Pra quando? – tratei de cortar o mala.
- Da metade de junho até a metade de julho.
- Escuta, por acaso o senhor acha que sou algum idiota?
- Não senhor Palhares, imagine. Inclusive, nós estamos dispostos a lhe pagar o triplo do valor de mercado, justamente porque o senhor é o melhor do ramo, uma referência mundial no setor de....
- Olha cara, não sei quem foi o merda que mandou você me ligar. Mas cara, se liga! Vai começar a Copa! Não perco os jogos nem a pau. Sabe o que é que vou fazer, seu safado? Sabe o que é que vou fazer, vagabundo?
- N-não...
- Eu vou passar o dia inteiro com meu pijaminha verde-amarelo, comendo pipoca, tomando cerveja, vendo os jogos, e no intervalo entre um jogo e outro vou foder minha secretária, está bem? E não quero saber da sua proposta. Vá se foder!
E desliguei o telefone na cara do otário. Digam-me se tem fundamento apresentar uma proposta de emprego em plena Copa do Mundo. Tem cada um...
Voltei a descansar, quando de repente, novamente Simone bateu na porta.
- Senhor?
- Fala, minha flor.
- É a sua esposa no telefone.
- Porra, manda ela a merda.
- Desculpe senhor, eu disse que o senhor estava descansando, mas ela estava muito irritada e...
- Olha, minha flor, minha mulher sempre está irritada. Faz seis meses que não a vejo, e não quero vê-la em nenhum lugar que não seja no inferno (que é pra lá que nós dois vamos). Portanto, manda ela pastar e só me chame em caso de extrema emergência.
- Está bem, senhor.
Dormi mais um pouco. Estava cansado de descansar. E por isso descansava mais. Sabem como descansar do descanso? Tomando umas biras. E foi isso que fiz: tomei muita bira.
Ainda não estava bêbado, quando Simone bateu na porta novamente:
- Senhor?
- Entra minha flor.
- Desculpe, mas essa ligação é urgente, e...
- Desligue essa merda, tira a roupa e vem deitar comigo.
- Mas senhor, acontece que é...
- Não interessa quem é. Desliga isso, tira a roupa e vem aqui relaxar e gozar comigo.
- Está bem senhor.
- Hmmmmm, ahhhh, hmmmmm, delícia, hmmmmm, coisa boa, hmmmmm.....
FIM
PS: em breve, Vida de vagabundo pobre.
4 Comentários:
A vida que tu pediu a Deus, não?!rsrs
E quem já se viu trabalhar em tempos de Copa?! Oo..na certa não é brasileito o suficiente..rsrs..ai ai país de gente esquisita, sem memória, sem visão..
Por Anônimo, às 6 de junho de 2010 às 21:37
hahaha... muito bom Ritter... e mesmo que tu ou algum leitor do JM não goste, foi bem no estilo dos textos do David Coimbra...
e óbvio, que tratandos-e de um texto teu, tinha que ter muita putaria... hahaha...
mas muito bom mesmo o texto...ô, essa era a vida que todos nós, homens, queremos, eu acho... se bem que, como tu mesmo falou, tem as exceções né...
enfim, no ritmo de Copa, estou saindo de féria na terça-feira...sabe como é né... tem que assistir todos os jogos... sauahsuahushuash...
abraços!
Por Mr. Gomelli, às 6 de junho de 2010 às 22:38
É...imaginei que essa fosse a vida de um vagabundo rico. Mas achei uma pobreza....só descansando e fudendo....putzz....achei que descansar do descanso era viajar e fazer cruzeiros e sei lá....
...mas td bem estou curiosa pra saber da vida do vagabundo pobre. Deve ser bem emocionante!
Ah eu tenho um blog novo tá?
http://www.ijuhy.com/noticia-ler.php?id=15617
Comentá lá desgraça! eeheiahauahaua
bjs
Por Aline, às 7 de junho de 2010 às 07:29
porra alemao!
Por Zaratustra, às 8 de junho de 2010 às 09:36
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