Overdose de futebol
Hoje, por exemplo, teremos Nigéria e Argentina. Mesmo antes de a bola rolar, já digo que será um jogaço. Lembro-me de dois confrontos entre Argentina e Nigéria. Um, foi a vitória dos africanos na Copa de 94. Histórica. Inesquecível. Em 2002, na copa do Japão e da Coréia, lembro-me que as duas seleções se enfrentaram de madrugada, se não me engano, por volta das 3 horas. Recordo-me como se fosse hoje, que estava na festa do ridículo, no Clube 28 de Maio, e que estava muito frio. Como não consegui me esquentar na festa, acabei, indo para um desses bares do centro para assistir ao jogo. Era eu, o garçom, a garrafa de cerveja e a televisão. Um momento mágico. Pena que o jogo ficou em 0 a 0. Terminada a partida, voltei para a festa, que estava em seu fim. Foi aí que me se senti um repórter esportivo inusitado e improvisado, anunciando para o povo todo: Argentina e Nigéria empataram em 0 a 0. Para a infelicidade das companheiras de meus amigos, o assunto, a partir dali, passou a ser Copa do Mundo. E assim fomos comer o tradicional xis de fim de festa, comentando a Copa. Isso é Copa do Mundo: é algo que envolve, que toma conta do cotidiano durante um mês.
E creio que o patriotismo deve ser encarado como o que vemos durante a disputa de uma Copa do Mundo: algo positivo. Tem que saber perder. Tem que respeitar o adversário. Tem que ser uma festa, um entretenimento. Pois as fronteiras, para mim, deveriam existir apenas para separar seleções esportivas. Lembro-me aqui de uma frase de Honoré de Balzac, no século XIX, afirmando que o patriotismo é o egoísmo de um povo. Claro, que isso fio escrito em um tempo de guerras, porém, hoje eu diria que o patriotismo tem que ser a graça de um povo. Pois a partir do momento em que ele vira egoísmo, ao invés de termos jogos, temos guerra. E a Copa é, de certa forma, a luta dos povos contra a Guerra, contra os exércitos armados, que é uma representação simbólica de toda a violência humana.
LOVE - Claro que nem tudo é Copa do Mundo. Hoje, por exemplo, além de curtir os jogos da Copa de dia, é data para comemorar a vida ao lado do nosso amor à noite. Eu, especificamente, vou celebrar a vida com a minha noiva Cristiane, e com o nenê que habita a barriga dela. Cris: um feliz dia dos namorados para nós. E um feliz dia dos namorados para todos os leitores.
E aqueles que estão sem namorado (a), não percam tempo, façam como os jogadores da Copa e corram atrás da felicidade. Pode demorar um pouco, mas ela sempre vem. E é tão boa quanto um gol brasileiro em final de Copa. Viva a Copa! Viva o amor! Viva o gol! E viva o orgasmo!
* Texto publicado no JM deste sábado.
4 Comentários:
Nao creio que publicaram no jornal a ultima frase do texto.
Porra alemao!
Por Zaratustra, às 12 de junho de 2010 às 13:42
Este comentário foi removido pelo autor.
Por Aline, às 13 de junho de 2010 às 15:35
Dudu eu removi o meu comentário anteriormente pq havia escrito uma palavra errada!
Mas queria te pedir que escreva a rotina do cara pobre que vc prometeu e ainda n cumpriu! Tô esperando!
Bjs
Por Aline, às 13 de junho de 2010 às 18:11
alemão: publicaram a frase no jornal, sim.
aline: ainda vou escrever a história do vagal pobre, mas agora é copa do mundo! eheheh.
valew
Por Eduardo, às 13 de junho de 2010 às 18:19
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