Figuras dessa vida
O dia em que eu morrer, será um dia triste. Pelo menos para mim. Eu gosto da vida. Pelo menos da minha vida. E das pessoas que eu conheço, por mais que às vezes algumas não mereçam. Por isso, modestia parte (ta bom agora, mamuxca?), sou uma boa pessoa. Apesar de ser meio traste, meio vagabundo, meio sei lá entende, como diria o vadio do Arion(zinho). Mas como ia dizendo, eu gosto das pessoas. Como já mencionei outra vez, citando os Mamonas, entre os humanos também hay uns bichos interessantes. Por exemplo: o traste do Arion(zinho). Ele é um vadio, um vagabundo, um bocaberta, um nigromante e tudo o mais, mas no fundo no fundo, bem lá no fundinho, na sujeira da ponta da unha do minguinho do pé, ele também é uma boa pessoa. Na minha formatura, no momento em que me chamaram para pegar o diploma, ele berrou lá do auditório: “Dudu vagabundo!”. Eu quis me vingar na formatura dele. Iria não só xinga-lo de vagabundo, mas também de vadio, traste, tratante, idiota, imbecil, e tudo mais. Pensei até em invadir o palco, passar uma rasteira nele e encher de cascudos, mas não deu. Até a minha mãe tinha me apoiado a fazer tudo isso, após o seguinte diálogo:
- Mãe, eu tenho uma formatura para ir amanhã.
- Hmmmm. De quem?
- É do vadio do Arion.
- Hmmmm.
- E eu vou xingá-lo de vagabundo quando chamarem ele.
- Que é isso, guri? Que história é essa? Não vai fazer isso não, ora já se viu. Não foi essa a educação que te dei, piá de bosta...
- Mas mãe, foi ele que me chamou de vagabundo primeiro, na minha formatura.
Minha mãe pensou por alguns segundos, sorriu e respondeu:
- Ta bom, querido Zizinho, pode xingar o traste.
No entanto, ele foi salvo pela minha noiva, Cristiane. Quando chamaram o idiota, eu disse para ela “agora ele me paga: chamarei-lo-ei de vagabundo”, e quando me preparei para gritar, ela beliscou minha perna e disse: “nego, se comporta”. Maldito, salvo pelo amor que tenho pela minha noiva. Deve essa para ela, o vadio.
Outro exemplo de indivíduos interessantes, para não dizer engraçados: a minha irmã. Ela chega de viagem, eu deixo a cama arrumada, para que ela não faça barulho ao chegar, às 5 horas da madrugada, no entanto, ela não só chega fazendo barulho e acendendo a luz, como ainda por cima reclama que, por engano, eu coloquei uma cueca nas coisas dela. “Que merda é essa?”, pergunta, segurando com a ponta dos dedos a minha cueca da sorte. Tem também a Jaque, colega da minha irmã, leitora assídua desse humilde blog, que dia desses, tentando me ajudar a achar um livro, começou a bagunçar a minha organização meio desorganizada. Aquilo foi me dando nos nervos, porque eu tinha organizado tudo por assunto, e ela, tentando me ajudar, estava tirando da ordem. Fiquei acompanhando meio nervoso, me coçando, até que não agüentei e disse: “tu ta bagunçando tudo!”. Pra quê? Como toda a mulher, ela ficou de beiço e parou de tentar achar o meu livro perdido. Bom, mas há um sem número de pessoas interessantes. Meus pais são de mais. Minha mãe reclama de saudades, chora e tudo mais, mas quando estou lá, em poucas horas, às vezes em poucos minutos, ela está brigando porque não baixei a tampa do vazo, porque usei duas toalhas e não as deixei estendidas no boxe, que saí do banheiro e deixei a porta aberta, e por aí vai. O pai, como já contei outra vez, estou assistindo TV, e no meio-tempo de eu ir ao banheiro no intervalo, ele aproveita para desligá-la para não gastar luz. Mas o mais engraçado é o relacionamento dele com os cachorros. Os pobres dos cuscos aprontam, rasgam panos, pegam roupas do varal, derrubam tijolos, e o pai vai lá e passa o chinelo neles que é lindo de ver. O resultado: quando algum deles está dentro de casa e ouve o barulho do pai chegando no portão, já saem correndo para as suas respectivas casinhas, com as orelhas baixas e o rabo entre as pernas.
Tem ainda o meu irmão. Mas esse dispensa comentários, só conhecendo mesmo. Quando ele era pequeno, batia em todo mundo. Todos os primos têm histórias de que apanharam dele. Depois de velho mudou, virou colorado, o coitado, passou a gostar de novela mexicana e é fã incondicional da Madona e do Paulo Francis. No entanto, como é uma metamorfose ambulante, não sei se ainda gosta dos tipos. Enfim, são inúmeras as figuras que tornam essa vida mais divertida. Até aqueles que me odeiam, e inclusive alguns que literalmente me puxaram o tapete (ou tentaram), me divertem. Não guardo rancor nem mágoas de ninguém, muito pelo contrário, desejo o melhor para todo mundo. E essa não é uma posição política, no sentido de querer estar de bem com todo mundo para conseguir vantagens, acontece que acho que cada um tem o seu lado cômico mesmo. Por mais pose que a pessoa tenha, alguma vez ela já tropeçou na rachadura da calçada, já pagou algum mico, tem as suas manias engraçadas, já tomou um fora federal, já saiu com aquela frase fora de contexto que provoca crise de riso em todo mundo que está por perto, enfim, já soltou pelo menos um peido em algum lugar público e fechado, nem que seja aquele silencioso. E nesse momento, aposto que no seu interior, por mais séria e mal-humorada que a pessoa seja, por dentro, eu tenho certeza que essa pessoa se matou de tanto rir. É, leitorinhos tupiniquins, a vida é bela e cômica. E na minha situação, com recursos escassos e cheio de trabalhos para fazer, só resta isso: rir para não chorar.
3 Comentários:
neste momento parei de dissertar para ler o teu blog maninho! e me indignei pois simmm como eu não faria barulho? tinha que colocar um pijama, da próxima deixe-o estandido na minha cama hahahahaha pobre zazaque seu malvado,tu eh um ingrato isso sim! hahahaha e o ariozinho eu não defendo, pq ele te chamou de vagabundo na formatura, e como disse mamãe, vagabundo q tirou 10 no tcc hahahahhahaha o fabio mano é louco, louco, louco da cabeça...assim como papai e mamãe, e como tantos outros loucos...como o gérson primo que participava das tuas retardadices...hahahahaha
Por Carolina, às 17 de junho de 2009 às 19:14
Cartolina me difamando, era sò o que faltava.
O alemao, acabei de chegar aqui na Eslovaquia e a primeira noticia que li do brasil foi que caiu o diploma de jornalismo (a exigencia dele).
Pior que to pagando a minha faculdade até 2012! ahah Me fudi nessa.
Mas o importante è o que importa e mandarei noticias da Slovenska Republika do meu blog. Grande abç
Por Zaratustra, às 18 de junho de 2009 às 03:34
... pois é, não custa nada, nada, ser um pouquinho mais organizado!!!
Ah, e corrige aí: não é modesta parte, e sim modéstia à parte!!
Sou perfeccionista? Yes... bjs
Por Nara Miriam, às 18 de junho de 2009 às 13:27
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