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segunda-feira, 23 de julho de 2012

Leituras light


Nesse período entremeios de aulas (tanto como professor, tanto quanto aluno) estou aproveitando para amenizar o peso do cérebro com alguns livros light. Na verdade são dois. O primeiro, já terminei: Mentira que os homens contam, do Luis Fernando Verissimo. Concordo com minha prima/tia Athena de que os últimos livros do Verissimo ficaram a desejar, na comparação com seus primeiros livros, e esse é um dos que ele escreveu enquanto estava em boa fase. Para a puta que os pariu a virada de nariz de vários colegas da academia para os textos do Verissimo. Ele se propõe a fazer um texto leve, coloquial, anedótico, não-filosófico, superficial mesmo, e ele faz isso muito bem. As crônicas dele, como todos sabem, são para relaxar e dar risada mesmo, e não para se atormentar ou repensar a humanidade como textos de outros autores que, apesar de se considerarem sérios, são risíveis. Portanto, como eu queria aliviar a mente, achei o livro muito bom, pois você lê no ônibus, antes de dormir, enquanto espera o almoço ficar pronto, enquanto está defecando tranquilamente no banheiro, enfim, é um livro para qualquer hora e qualquer lugar.
Dentre as histórias cômicas, tem a do casal que irrita os filhos porque eles (os pais) são muito perfeitos, enquanto todos os coleguinhas têm pais separados ou problemáticos. Não tenho como colocar aqui nenhuma citação direta, pois minha ermã sequestrou esse livro. Enfim, os filhos reclamam para os pais: “vocês são muito perfeitos! Não dá mais para aguentar!”. Então, os pais resolvem encenar uma briga e se separam. Os filhos agora têm assunto para conversar com seus colegas “normais”, ou seja, os que têm pais separados ou que passam brigando. O casal passa a viver cada um em uma casa, como se se odiassem, encontrando-se às escondidas, ao mesmo tempo em que fazem com que os filhos desconfiem que eles estão entrando em outro relacionamento... Tudo pelo bem deles...
Tem ainda outra do cara que perde a aliança numa situação mirabolante e, sabendo que a mulher não vai acreditar, já chega contando que perdeu a aliança num motel com a amante. A patroa acredita na mentira, faz uma cena, mas no fim aceita a “traição” do marido, e diz que “o importante é que você me disse a verdade”... Enfim, histórias leves, hilárias e cotidianas...
Já em relação ao outro livro, estou recém na página 39. Trata-se de uma excelente surpresa. Chama-se “O pai invisível”, de Kledir Ramil. Isso mesmo, o pelotense que forma a dupla com o Kleiton, aquele mesmo do “deu pra ti, baixo astral, vou pra Porto Alegre, tchauuuuuu”. Comprei esse livro pelo texto da contracapa, que começa assim: “quem tem filha adolescente sabe, chega uma hora em que você vai ter que conviver com o namorado dela dentro de casa. Lei da vida. Você pegou a filha dos outros, alguém vai pegar a sua”. No decorrer da narrativa, Kledir conta a complicada e cômica relação com a filha adolescente e também com o outro filho, um guri pouco mais novo do que a irmã. Além disso, as histórias são contatas com um humor apurado e são relacionadas com o seu tempo de piá. Tem algumas bizarrices comum das crianças, como por exemplo, quando ele resolve trazer uma motocicleta elétrica para o seu garotinho durante uma viagem a New York.
Para levar o presente para o Brasil, ele teve que brigar com o motorista egípcio dele lá em NY, teve que pagar bagagem extra no avião, teve que praticamente alugar uma van no Rio para levar o trambolho para casa, tudo em nome da felicidade do filho. Chegou na hora de entregar o presente, o guri nem deu bola para a tal motocicleta. Gostou mais da caixa de papelão, que usou para brincar de cabana.
Enfim, é um livro sensacional, um dos que mais me identifiquei até hoje (isso que já li bacaraí e que estou recém na página 39). Claro que, o fato de eu estar morando em Pelotas e de ter uma filha e uma enteada são fundamentais para essa identificação. Mas mesmo assim, indico para todos, principalmente, para os pais, de qualquer idade. Ele faz alguns relatos simples, cômicos e geniais, contando coisas como a vez em que a filha ficou fula da vida ao saber que ele tinha acessado o seu fotolog.... Coisas da vida.
Indico esses dois livros para quem quer dar um pouco de risada despreocupadamente (mesmo se – e principalmente se - tiver muito com que se preocupar). Eu estou lendo eles para dar uma amenizada no meu cérebro, pois ao mesmo tempo estou tentando entender outros dois livros em inglês que, são muito bons, mas que são muito mais acadêmicos e teóricos.
Por hora é isso, pois minha baixinha está invadindo a sala cantando e dançando de braços erguidos para fazer bagunça!
Hasta!

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