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domingo, 15 de março de 2015

Idiotização ciebernética

Se a internet, o mundo online, as redes sociais, enfim, o ciberespaço, tão bem descrito por Pierre Lévy, tem sido útil para alguma coisa, é para revelar a imbecilidade de boa parcela da população. Se não fossem as redes sociais como o Facebook, nunca saberíamos que aquele sujeito que passa por você todos os dias, ou aquele indivíduo que foi seu colega na infância, ou aquela pessoa que você imagina ser a sua cara metade é, ou se tornou, um perfeito idiota. São postagens pseudo-moralistas com estupros ao português que revelam o verdadeiro caráter de cada um. O resultado disso, no meu caso, resultou na recente exclusão de mais de 100 “amigos” facebookianos que nada acrescentavam ao meu intelecto. Troquei-os pela leitura de um livro descente.
Obviamente é muito mais fácil se escorar na bengala de lugares-comuns compartilhados na web e assumir para si piadas de uma profundidade política comparável a um pires de chá das cinco inglês do que ler páginas e páginas de livros que vão a fundo em questões como política, economia, corrupção, guerras civis, formação do estado, etc. É muito mais tranquilo ficar com a bunda atolada no sofá, tomando uma cerveja, assistindo ao último capítulo da novela da Grobo compartilhando postagens, do tipo, policiais atirando carteiras de trabalho em manifestantes, do que pegar as mais de 600 páginas de “Por quem os sinos dobram”, de Hemingway, ou de “Notícias do Planalto”, de Mario Sérgio Conti, ou de “Reino do medo”, de Hunter Thompson e aprender um pouco mais sobre política, sociologia e corrupção, antes de se fazer qualquer coisa. Como digo, a internet revela a total idiotização do povo brasileiro, que não é pouca.
Ao invés de se convocar as pessoas para bancar o papel de palhaças no espaço público segurando cartazes com clichês que até os revolucionários da Finlândia dariam risada, seria muito mais útil convocar a população para ler livros em praça pública para deixar o povo verde-amarelo menos burro – e menos passivo a tudo que lhes é enfiado no rabo cotidianamente. Aliás, se os pseudos-protestos dos últimos dias resultarem em alguma coisa, vai ser na substituição de um governo corrupto por outro tão ou mais lacaio do que o primeiro – apesar de que eu defendo a extinção e execução de todos: elimina-se a Dilma, depois Temer, depois Sarney, depois Aécio, e assim sucessivamente até que não sobre ninguém dessa raça.
Lembro que em cidades como Nova York, Denver e Chicago, presenciei dias em que, através de convocações feitas pelas redes sociais, as pessoas iam até determinado espaço público para ler livros. Talvez por isso os Estados Unidos é a principal potência econômica do mundo contemporâneo enquanto o Brasil... bom, o Brasil segue sendo Brasil com suas brasileirices de sempre. É a velha ilusão de se querer tudo da maneira mais fácil e rápida, mesmo que o fácil e rápido, na verdade, geralmente é a maneira mais difícil e lenta para se conseguir qualquer coisa...
Brasileiros e missioneiros: menos mimimi e mais trabalho. Menos blá-blá-blá cibernético, mais leitura e sangue de político corrupto – que até agora não vi nenhum. É o que tenho a lhes dizer nesse momento. Hasta!
*Texto a ser publicado, maybe, durante a semana no J Missões.

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