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quarta-feira, 10 de abril de 2013

O ovo assassino - A ressurreição


Meu primeiro texto nesse blog se chamava justamente “Ovo assassino”. Sinceramente, achei que com o passar dos anos e as experiências acumuladas, iria diminuir o número de dramas vividos referente à minha alergia a ovo. Porém, no auge dos meus 31 anos (ou seja, 31 anos de alergia a ovo) eis que hoje quebrei um recorde: comi dois dias seguidos coisas que levavam ovo. Sinceramente, acho que isso nunca tinha acontecido antes.
Primeiro foi ontem. Estava em Porto Alegre e fui da PUC para o Shoping João Pessoa para comprar a minha passagem de volta para Pelotas. Como eram cerca de 16h e meu ônibus era apenas às 18h, resolvi sentar na praça de alimentação. De uns tempos pra cá, peguei o gosto de comer Xix (sem ovo e maionese, obviamente) com batatinha frita. E eis que num dos botecos do shoping tinha estampado num cartaz um belo Xis cercado de batatinhas fritas douradinhas e suculentas. Minhas lombrigas deram sinal de vida e não resisti: fui lá e pedi um Xix com fritas, dando ênfase à necessidade urgente de não colocarem ovo e nem maionese. Sentei e fiquei lá, esperando, olhando para as cadeiras vazias, pois esse é o shoping menos freqüentado da capital gaúcha. Depois de meia hora, serviram-me o Xix. Como estava com uma fome do cão, emendei umas quatro garfadas com muita batatinha. Até que, quando fui dar a quinta, minha boca começou a secar, a língua a arder, e os lábios a inchar. Putaquepariu, eu pedi sem ovo e sem maionese, caralho! Abri o Xix e comecei a fuçar, mas não encontrei nenhum ovo e nenhuma maionese. No entanto, encontrei outra coisa: o bife de frango era à milanesa. Que merda! Comecei a olhar em volta e a pensar no que fazer. Na verdade, não eram muitas opções: Continuar comendo para depois vomitar tudo? Ir lá reclamar e dizer “como vocês não falam que o bife é à milanesa??” e pedir o dinheiro de volta? Ou pedir para embrulhar e dar para o primeiro mendigo que cruzar pela minha frente? Optei pela opção mais social e embrulhei o troço e entreguei para um mendigo na rodoviária. Dessa vez, milagrosamente, não vomitei, mas voltei me remoendo de dor na barriga e com a boca cheia de amargor durante as três horas de viagem.
E, agora há pouquinho, veio o segundo ataque. Fui pegar cacetinho (sim, não-gaúchos, podem rir!) e a patroa disse que não precisava, porque ela tinha comprado pão sanduíche no mercado. Antes de comer, como nunca tinha visto aquela marca, fui verificar nos ingredientes se havia ovo. Nada. Ela fez duas torradas pra mim (que os não-gaúchos chamam de misto-quente) e, quando comecei a comer a segunda começou a mesma coisa: amargor na boca, língua ardendo e beiço inchando. Perguntei pra patroa: “tem certeza que não colocou maionese?”. “Não”, disse ela. Então, não convencido pelo status quo do discurso alimentíceo que se apresentava, peguei novamente o saco de pão e reli os ingredientes. Nada. Porém, logo abaixo, estava escrito: “Atenção para os alérgicos: esse produto é manipulado com derivados de leite, isso, aquilo e... ovo!”. Putaquepariu! Dois dias seguidos ninguém merece! É, amigo, a vida não é fácil. Principalmente pra quem é alérgico a ovo...
Hasta!

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