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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Sonho de uma noite de verão

Ela estava parada em uma esquina. Era noite. O coração batia cada vez mais forte. Vultos passavam, e a cada rosto que cruzava, aumentava sua expectativa. Poderia ser ele, como poderia ser um meliante, um tarado, um maluco, um larápio, um vagabundo. Mal sabia ela que ele era um pouco de tudo isso. Quando estava quase desistindo de esperar, ele apareceu. Cumprimentaram-se. Três beijinhos, pra casar. Atravessaram a praça central e foram procurar um lugar para beber e conversar. De início, ela só queria beber e conversar. Ele queria algo mais. Enquanto ela andava a sua frente para entrar no bar escolhido, ele observou seus quadris e imaginou pegando-os por trás, apertando-os contra o seu corpo. Ou melhor, contra o seu membro, duro. Só de pensar nisso, teve uma ereção. Mas foi discreto. Escolheu uma mesa, convidou-a para sentar e pediu uma bebida forte, para tentar perder os eu sotaque de castelhano. Aliás, sempre odiara o próprio sotaque. Morava há 10 anos no Brasil, mas nunca perdera-o completamente. O sotaque só reduzia na medida em que bebia. Ou, pelo menos achava isso. Podia ser apenas o efeito do álcool interferindo nas suas percepções.
Havia duas mesas de sinuca na frente deles que, como combinado, bebiam e conversavam. Na mesa ao fundo, dois caras, de aproximadamente 18 anos, jogavam. Na mesa da frente, duas garotas da mesma idade. As duas namoravam os dois da mesa do fundo. As duas eram gostosas. Enquanto ele conversava com a convidada, bebericando algo, observava discretamente as gostosas. A loira, com uma tatuagem no ombro, vestindo jeans, era a que mais lhe chamava a atenção. Mas ele cuidava para ser discreto. Não queria perder a dona dos quadris magníficos que estava conversando com ele. Gostara não só dos quadris, mas também das pernas e das ancas suculentas, como também do papo, do olhar e do sorriso. Entretanto, também gostara do rabo da loira que jogava sinuca na sua frente. Se a loira demonstrasse interesse, aí sim, ele estaria em uma verdadeira sinuca. Porém, isso só era possível no seu pensamento embriagado. Ela tinha ciência da sua beleza, e quem a quisesse teria que fazer mágica com muitos reais no bolso.
O papo ficava cada vez mais quente. Viu uma máquina de por música em um canto. Levantou-se, pegou uma nota de dois e enfiou na máquina, o que lhe deu direito a escolher três músicas. Não havia muitas opções. Escolheu uma do TNT, outra do Nenhum de Nós e, para finalizar, clicou no Hare Krishna, dos Tribalistas. Voltou para a mesa e seguiu conversando com ela. Tentou esquentar mais o papo, demonstrando o seu interesse. Elogiou-a, pegou na sua mão, sorriu, olhou-a nos olhos. Já sem saber o que fazer, acabou pedindo permissão para beijá-la. A permissão foi concedida exatamente enquanto rolava o Hare Krishna no som da máquina.
Já eram quase duas da manhã. Os dois tinham que trabalhar cedo, mas foram para o seu apartamento. Tiraram a roupa enquanto se beijavam sofregamente, entre uma mordida no pescoço e outra, e ele a devorou como se fosse um mousse de chocolate. Estava literalmente salivando por seu corpo. E ela estava toda cremosa, com a camada adocicada pronta para ser devorada. Ele queria experimentar o seu recheio. Ela queria ser experimentada. Ele queria pegá-la pelos quadris. Ela queria sentir o peso do seu corpo cavalgando loucamente. O clima esquentou, ele entrou dentro dela e, depois de alguns movimentos rápidos e fortes, gozou. Ela queria mais. Não deu descanso e ele agradeceu. Ela o saciou de todas as formas e, trôpegos, gozaram juntos. Pelo menos foi o que ele achou. “Ou ela gozou junto, ou era uma boa enganadora”, concluiu.
Depois, tomaram banho, deitaram e dormiram. Não sonharam nada. Não deu tempo. No outro dia era segunda-feira e o mundo real os esperava de volta.

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