A revolta de Astrogildo
Astrogildo ia caminhando tranqüilamente por uma praia deserta, olhando as ondas que caíam uma depois da outra, suspirando feliz da vida por ser uma pessoa muito alegre e sem motivos nenhum para reclamar de nada, ia andando e assobiando Please Don’t Stop The Music, catando umas conchinha vezenquando, pensando na Rosália, mulher do Pafúncio, que todas as manhãs ia estender a roupa no varal e dava uma espiadinha para ver se o Astrogildo a espiava, e ele realmente estava lá, com o rabo dos olhos olhando aquele rabo que se exibia naquela sainha minúscula de jeans surrado, e ele tentava enxergar se ela estava usando calcinha, mas não conseguia....
- Porra cara, qual é a tua?
- Como assim? Desde quando você fala?
- Fica falando ai, como se eu fosse um bobo-alegre, tarado e que ainda por cima não respeita a mulher dos outros, meu, ta brincando comigo?
- Porra, Astrogildo, vai se fuder! Eu que criei você!
- Criou o caralho! Eu estava andando tranqüilamente na beira da praia por minha conta, estava assobiando Please Don’t Stop The Music porque eu gosto e o motivo de eu estar pensando na Rosália não é da sua conta, entendeu (?!), mas eu não preciso que um escritorzinho de bosta fique espalhando isso tudo para todo mundo, ta me entendo, ô?
- Escuta aqui, seu merda. Ou você retira tudo isso que você disse, ou eu vou te apagar da história da humanidade, e vai ser como se você nunca tivesse existido, aliás, ninguém sabe que você existe, só eu, e isso porque fui EU quem criou VOCÊ! Sacas, irmãozino?
- Pois se VOCÊ não ME criar, você não será nada! Ninguém vai ler o que VOCÊ escreve. Portanto, VOCÊ depende de MUÁ, estou sendo claro ou quer que eu desenhe?
- Ok, ok, Astrogildo. Estou vendo que criei mesmo um monstro. Vou ir ali no banheiro dar uma boa duma cagada, vou tomar um cafezinho, ligar o rádio e relaxar por uns três minutos para não ter que pegar esse lápis e rasgar essa folha de papel enfiando-a nesse seu rabo! Aliás, vou deixar esse trabalho para o marido da Rosália...
- Vai lá e me deixa em paz. Eu, aqui andando na beira do mar, olhando essa paisagem perfeita, pensando na Rosáliazinha e esse infeliz me importunando. Pois ora vejam vocês. Ninguém merece ir andando numa linda paisagem com alguém buzinando no seu ouvido, narrando o que você está fazendo, pensando, sentindo e tudo mais. E ainda por cima um monte de clichês! Faça-me o favor! Esse idiota que me deixe aqui nesse paraíso e vá escrever histórias de crimes, suicídios, traições, sexo, drogas, fantasmas, monstros, que é disso que o povo gosta.... Acho que ele se afogou na privada.... Imbecil! Espero que não volte mais antes que eu perca a paciência e acabe por...
5 Comentários:
esse texto eh mto bom, mto bom mesmo. esse dudu vai longe. ele eh o cara!
Por Espaço Diverso, às 14 de julho de 2008 às 17:52
Texto de Linguagem compreensível, uma ficção muito bem elaborada. a Vingança da Criatura com seu Criador, massa Dudu...
Por João Bezerra, às 14 de julho de 2008 às 18:00
Esse negócio de brincar com a metalinguagem sempre sai coisa legal.
As melhores piadas da turma da mônica são as que brincam com o fato de serem apenas uma historia em quadrinhos.
Mais um parágrafo chato desses aqui nesse meu comentário e vão pensar que sou um intelectual insuportável de universidade. Resumindo teu texto: Massa!
Por Zaratustra, às 14 de julho de 2008 às 19:05
hauhaua
lembra o patolino
Por Fábio Ritter, às 14 de julho de 2008 às 20:18
mto bom duduzinho
vc eh nao eh bem certo
mas mto bom
Por Carolina, às 15 de julho de 2008 às 08:40
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