Mulheres
Certa vez eu estava conversando numa boa com uma ex-leitora desse blog. Não chegava nem a ser amiga minha pessoal, na real, era amiga do meu irmão. Se alguém quiser saber quem é, pergunte para ele. Mas enfim, eu levava a conversa como sempre levo, brincando, falando algo como “estou preocupado com minha mini-fazenda” e lá pelas tantas ela começa a dizer que eu tenho que me desarmar. “Você está armado, Eduardo. Te desarma”. Fiquei com cara de !?!?! Não entendi nada, sei lá, acho que ela queria dizer que eu não levo nada a sério e tento me esconder através do humor, o que realmente é verdade, fazer o quê? No final da história, eu segui brincando, até que ela ficou braba, nunca mais falou comigo e nunca mais apareceu aqui no blog. Vá entender!?
No período em que morei com a minha irmã também desisti de entender ela. Estava eu, dormindo tranqüilo, quando vejo, do nada, ela berrava comigo: “pára de roncar!”. Eu dava um pulo da cama, virava para o lado com cara de “ãhnm?”, e seguia dormindo, até o próximo berro. Aí ela passava reclamando da minha pessoa, e quando fui morar em Bento Gonçalves, ela ficou triste porque eu não estaria mais lá para incomodá-la. Vá entender!?
A patroa às vezes também faz umas que me deixa com cara de !?!? Esses dias, por exemplo, eu estava na cozinha, vendo alguma notícia importante sobre a Copa, ela passou por mim, resmungou qualquer coisa, e quando me dei por conta estava com uma chave na mão. “Que qué isso?”, pensei, ao ver a chave em minha mão. Fiquei esperando ela voltar para saber por que ela tinha me dado aquela chave. No fim, nem lembro pra que era, acho que ela cansou de esperar e pegou de volta a chave para fazer ela mesma. Mas me senti mais confuso ainda com o tal do chá de fraldas. Ela marcou para o dia 11 de julho. Final da Copa, ora pois. Quando me dei conta disso, liguei para ela para avisar que era o dia da FINAL. Calmamente, ela respondeu: “mas é chá de fraldas, só vai ter mulher, você não precisa vir”. Minha mãe também disse para eu não me meter no chá de fraldas, que isso era coisa de mulher e blá, blá, blá blá. Enfim, não me meti. Fiquei na minha, e cá estava eu, esperando a final da Copa, quando esses dias a patroa sai com essa: “não marque nada para o dia 11, é o meu chá de fraldas!”. Mas não era só para mulheres, cacilda? Tive que usar da minha delicadeza para gaguejar:
- Ma-mas é a final da Copa...”.
- E daí?
- É a FINAL da Copa.
- Ah, meu irmão vai estar aí, vê o jogo com ele...
Putz. Tive que usar todo meu jogo de cintura para explicar que é A FINAL DA COPA e que gosto de ver as FINAIS DE COPA sossegado, sentado, sem barulho, concentrado, sem falar com ninguém, em casa, na frente da TV grande da sala! Enfim, vou ver a final da Copa em casa (assim espero).
Até a pequena Laura, minha enteada, às vezes me surpreende. Por exemplo, ela pediu para eu administrar a mini-fazenda dela. Eu administrei, pô. Fiz crescer, plantei, colhi, ganhei dinheiro para ela. Até fiz algumas aquisiçõezinhas. Porém, quando ela chegou aqui em casa e abriu a mini-fazenda, arregalou os olhos e disse: “que qué isso?”, e disse que como eu havia feito tudo, ela não tinha mais o que fazer.
Fico pensando na Larissa, minha filha, que vai nascer. Será que ela será complicada como todas as mulheres? Será que ela gostará de problemas, como todas as mulheres? E será que ela gostará de homens complicados, como eu, bem como todos os homens? Pensando bem, acho que isso não é uma questão de gênero. A humanidade é que é complicada mesmo.... Mas as mulheres são um pouco mais, mas tudo bem, pois eu as amo demais e não vivo sem elas!