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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Resposta às leitorinhas

A nova teoria duduziana, apresentada no post anterior, resultou na fúria de algumas nobres leitorinhas nervosas. Acusaram-me de machista, infantil e, ainda por cima, perguntaram se eu consiguiria viver sem elas, as mulheres. É óbvio que não, afinal, tenho mãe, filha, irmã, etc. Acontece que, não é essa a questão. Não estou falando da minha humilde pessoa, mas sim, da humanidade, em geral. Falo apenas como um observador de casos e, inclusive, as minhas lindas leitorinhas estão inclusas no processo, pois sei que ELAS TAMBÉM GOSTAM DE PROBLEMAS (principalmente as terroristas), bem como todas as suas colegas mulheres. É fato. É da natureza. E isso não se reduz somente ao campo dos relacionamentos, mas sim, estende-se para todos os campos da vida: profissional, educacional, comportamental, etc.
Entretanto, essa perspectiva não é de todo negativa. Graças a gostar mais de problemas, as mulheres tornam-se mais caprichosas e perfeccionistas do que os homens e, justamente por isso, elas estão nos ultrapassando em todos os campos. Enquanto o homem é mais simplista e objetivo, a mulher fica masturbando o troço, procurando fio de cabelo em ovo, até que ela acha e descobre algo que o relaxado do homem não descobriu. Claro que, tanto os homens quanto as mulheres podem me chamar de simplista e reducionista, entretanto, essa perspectiva confirma minha teoria, afinal, sou homem!
E assim caminha a humanidade, com as mulheres nos acusando infinitamente de machismo (afinal, elas tinham que achar algum problema na minha teoria, não é?) e os homens quebrando a cabeça para tentar descobrir que fórmula explica o comportamento inexplicável das mulheres. A teoria da TPM é uma bela teoria, mas é apenas a ponta de um iceberg. E, acho que por isso, muitos homens buscam a resposta para essas perguntas na bebida, pois, quando estão bêbados, os homens acham que descobrem o que se passa na cabeça confusa das mulheres e do Celso Roth, mas na verdade eles não chegam nem perto da superfície de tal complexidade. Enfim, chega de divagações, acho que já escrevi o suficiente para as bravas leitorinhas me xingarem mais um pouco. Ah, e vale lembrar, na verdade isso tudo não é uma teoria, e sim uma hipótese, como já fio explicado em outra oportunidade...
Fui!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Teoria duduziana - o retorno

Estou descobrindo porque é quase impossível um relacionamento dar certo, principalmente quando se mora junto. A diferença básica entre homens e mulheres resume-se a uma palavra: problemas. Enquanto as mulheres adoram problemas, não vivem sem eles, amam os problemas, masturbam-se com cada questão aparentemente insolúvel, o processo inverso dá-se aos homens. A alma masculina quer ficar longe de problemas, por mais que às vezes algumas coisas que pareçam simples para nós, parecem ser impossíveis para elas (do tipo, planejar uma viagem maluca daqui para a Líbia em plena guerra civil sem dinheiro algum). E aí que se explica outro fenômeno: o fato das mulheres gostarem dos garanhões. Os garanhões, depois que usufruem da mulher, fogem dela, porque sabem que ela ama problemas, enquanto que ele só quer paz e tranqüilidade. Porém, ao mesmo tempo, o garanhão traz muitos problemas. E aí que se dá o problema matemático e o circulo vicioso: as mulheres correm atrás dos garanhões (muitos são casados e tem dez amantes) que atrai muitos problemas, e elas gostam disso, enquanto eles, os garanhões, inconscientemente, fogem delas, pois eles não querem saber de problemas...
E aí que se encontra a dificuldade do casal “normal”. Enquanto o homem se quebra para resolver cada problema dentro do “lar” (uma invenção feminina, mas aí é outra história...), a mulher parece que busca achar cada vez mais problemas. O pior é que não limites para a imaginação quanto a isso. Você resolve um problema, a mulher já aparece com outros três. E assim vai indo, seguindo esse cálculo, até que o homem se vê atolado até o pescoço de problemas e conclui que, no final das contas, o problema da vida dele é ela, e então, ele resolve mandá-la pastar e vai catar outras mulheres, mesmo sabendo que elas serão novos problemas... Parece confuso, mas quando você pega o lance é facinho. O que não significa que você ficará excluso do processo.
Mas, apesar dos pesares, estou descobrindo a fórmula para o sucesso: deixe a casa cair. A sua mulher chega, despeja um monte de problemas no seu ouvido e, ao invés de você tentar resolvê-los, você não resolve. Ou, pelo menos, finge tentar resolver, mas não resolve. Assim, ela sempre terá os problemas que ela tanto ama e você poderá relaxar tranquilamente e ser feliz tomando o seu copo de cerveja, assistindo ao seu time de futebol predileto na televisão... Entretanto, mesmo que você faça isso, haverão outros problemas, e aí, meu amigo, não sei se você vai agüentar...
É o desafio dos desafios! E, literalmente, um em um milhão consegue resolve-los. Por isso, diante de tal problema, minha dica é: relaxa e goza. Fui!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mais umas do velho Buk

Enquanto espero o sanduíche que como na redação baixar para poder ir na academia, dei mais uma lida no “Pedaços de um caderno manchado de vinho”. Enquanto o troço todo ainda não baixa, coloco aqui alguns trechos do tal texto que fazem jus a fama do velho Buk:

“Pretendia começar esse texto com um pequeno ataque ao gênero feminino, mas como a poeira baixou um pouco no front local serei mais ameno, mas há 50 mil homens neste país que dormem de barriga para baixo por medo de ter suas partes íntimas decepadas por mulheres de olhos e facas afiadas. Irmãos e irmãs, eu tenho 52 anos e um rastro de fêmeas nas minhas costas, o bastante para preencher cinco vidas. Algumas das moças alegaram que eu as troquei pela bebida; bem, eu gostaria de ver qualquer homem enfiar o pau numa garrafa. Claro, você pode colocar a língua ali entro, mas a garrafa não esboça qualquer reação. Rá, rá, que soem as trombetas, vamos voltar ao assunto”.

“Sucesso como consequência do esforço é um ideal de trabalhadores da roça”.

“Há relatos que dizem que Hemingway acordava cedo todas as manhãs e perto do meio-dia já tinha o trabalho concluído, mas embora eu não o tenha conhecido pessoalmente acho que Hemingway era um alcoólatra que queria se livrar logo do trabalho para poder encher a cara”.

“Quando muitas pessoas nulas aparecem e seguem aparecendo você tem que ser cruel com elas, pois elas estão sendo cruéis com você. Você tem que botá-las para correr”.

Essa resume bem o que sinto quando vejo meus sogros:
“Tolerar os embotados não é sinal de humanidade, apenas aumenta seu próprio embotamento e eles sempre deixam um pouco desse peso com você quando vão embora”.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Harém berlusconiano

Sílvio Berlusconi pode ser acusado de tudo, menos de ter mau gosto. Agora está sendo lançado na Itália um calendário “As mulheres de Berlusconi”, que não me deixa mentir. Não sou íntimo do Sílvio e nunca participei de suas festas em seus casarões pela Itália, e também não aprovo ele ter tido casos com menores de idade, mesmo que, na minha humilde opinião, uma guria de 17 anos já tenha condições de saber o que faz, mas, não há como negar, o calendário é formado por um harém de gostosas.
Até imagino, depois que Berlusconi morrer, ele chegando no portão dos céus. O anjo que fica na entrada dos céus puxa uma ficha gigantesca com diversas acusações. Ele lê o papel, franze a testa, e olha para Berlusconi e pergunta:
- Julga-se culpado?
Berlusconi acena, afirmativamente. Então, o anjo olha, no final da página, um monte de fotos das gostosas que o Sílvito comeu. Ele sente uma pontada de inveja, exercendo o seu trabalho santo-burocrático, e o encaminha direto para o inferno. Mas, antes de descer, o velho Berlusconi murmura para o anjo: “combinei de esperar todas elas lá embaixo. Ta afim?”. O anjo não pensa duas vezes e abandona o seu posto. Assim, o céu fica sem porteiro e vira uma verdadeira zona. (FIM).
Agora, seguem as fotos das mulheres do calendário do Berlusconi:






Piadas de sogra: não têm preço

Algumas pessoas indiscretas costumam perguntar: quanto você ganha para escrever para o jornal? Geralmente respondo: nada, mas pelo menos tenho um espaço público para fazer piadas sobre sogra, e isso não tem preço.
Aliás, ando procurando piadas de sogro. As coitadas das sogras ficaram com toda a culpa, mas há muito sogro que consegue superar a sogra na arte de malear (ato de ser mala). Inclusive, se você digitar no Google “piada sogro”, aparece um monte de links com piadas de sogras. Eis um campo a ser explorado...
Pensando agora no assunto, com calma, chego a conclusão da função dos sogros: geram boas piadas. O engraçado é que as sogras nunca desistem: você pode fazer o que quiser (agradá-las ou não) que elas falam mal de você para a sua esposa/namorada/noiva do mesmo jeito. Por isso cheguei a seguinte conclusão: faça o máximo de piadas de sogra que você puder, porque pelo menos assim você se diverte. E acho que encontrei aqui, nesse nobre espaço, uma função social: dar aos leitores de presente piadas para eles contarem na hora em que estiverem jantando com as suas adoráveis sogras.
Mas, chega de papo, e segue aqui mais algumas pérolas, por ordem temática:
Segurança: Em um dia de chuva, com raios e trovões, qual o lugar mais seguro para se abrigar?
Resposta: Ao lado da sogra, pois não há raio que o parta.
***
Caridade: Um homem bate na porta de uma casa, e assim que o dono abre, ele fala:
- Você gostaria de contribuir com o Lar dos Velhinhos?
- Mas é claro! Espera aí que vou buscar minha sogra...
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Ecologia: Com as sogras acontecem o mesmo que com as onças: é preciso preservar mas ninguém quer ter em casa.
***
Adultério: Sabe qual a pena pela bigamia (ter duas mulheres)?
Você ganha duas sogras!
***
Mundo animal: Sabe qual a diferença entre uma sogra e um elefante?
Uns quatro ou cinco quilos...
***
E, para finalizar, a melhor:
– Alô, a minha sogra quer se atirar da janela.
– Enganou-se no número, meu amigo. Aqui é da carpintaria.
– Eu sei, mas é que a janela não abre…

FIM

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Divagações

Lendo paralelamente “Pedaços de um caderno manchado de vinho”, do Charles Bukowski, e “A grande caçada aos tubarões”, do Hunter Thompson, estou me consolando. Como nesses dois livros têm muitos textos dos dois autores que foram publicados por jornais convencionais da época, vejo que eles, às vezes, também escreviam umas merdas sem graça para agradar aos editores. Claro que, nos dois livros, também há textos fodões dos dois, com o que Bukowski e Thompson têm de melhor, mas, digamos, 10% dos textos desses dois livros são verdadeiras merdas sem cheiro. Textos que, se você dissesse que foi escrito por um jornalista conservador e sem opinião, eu acreditaria sem questionar.
Fiquei consolado porque às vezes escrevo textos que me envergonham. Aquela coisa, sacumé, “tem que escrever” aí escrevo um monte de banalidades sem palavrão que agrada aos editores, mas desagrada aos esquecidos leitores. Escrever textos assim é como tomar cerveja sem álcool ou como tirar o pau de dentro da mulher na hora em que você vai gozar. Você está lá, todo empolgado, feliz da vida, aí você vem que a coisa toda está vindo, vindo, vindo, vindo até que... ahhhhhh, você tem que tirar pra fora. Algum pingo de consciência parece surgir aos 18 minutos do segundo tempo da prorrogação, alguma força superior que o puxa para fora daquele corpo delicioso e, então, pelo bem da sua consciência e o mal do seu prazer você tira o troço pra fora e joga um monte de seres microscópicos na barriga ou nas costas da criatura. Depois que você retoma o fôlego, você abre uma latinha de cerveja e fica olhando para o teto pensando “que porra toda é essa? Qual o sentido disso tudo?” e então, você desiste de pensar nisso, porque a criatura que está ao seu lado está falando um monte de coisa sem parar, mas você não está prestando atenção nela, e então, para não deixá-la furiosa você murmura um “aham” e toma mais um gole de cerveja olhando para o teto e daí, você vê uma aranha andando pelo teto e fica pensando no que a aranha estará pensando. Será que as aranhas trepam? E então, você descobre que nunca pensou no assunto, mas imagina que elas devem trepar, sim, pois a fornicação é a base da sobrevivência dos seres. Claro que, algum dia, provavelmente ficarei impossibilitado de fornicar, mas então você não quer pensar nisso, porque é muito deprimente pensar nessa possibilidade, e daí você percebe que acabou a cerveja, se levanta, murmurando “aham” para a criatura que está deitada ao seu lado na cama e, quando ela para pra respirar, você diz “vou pegar mais uma cerveja”, mas é como se ela não te ouvisse porque ela continua falando sem parar sem se preocupar realmente com o que VOCÊ está pensando. Então, você vai caminhando até a cozinha e observa aquele troço que, outrora estava duro como uma rocha, agora molenga, balançando de um lado para o outro no meio das suas pernas enquanto você caminha e, então, você para na frente da geladeira, mas, ao botar a mão na latinha de cerveja, você murmura “puta merda, está morna”, mas você acaba pensando “que bosta, mas foda-se, vou tomar assim mesmo” e, então, você abre a latinha e volta para o quarto, tomando-a no gargalo, mas você pensa “porra, latinha não tem gargalo!”, o que não faz a menor diferença, pois você beberá toda a cerveja que está nela. E quando você volta, a criatura parou de falar, mas a aranha continua no teto, o que talvez queira significar alguma coisa. Então, você toma a sua latinha de cerveja nos poucos minutos de silêncio que há no quarto, pois em poucos instantes a criatura está dormindo e começa a roncar. Seu pau fica duro de novo e, então, você a acorda e começa tudo de novo, enquanto a aranha continua lá no teto, só observando...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Overdose de Gre-Nal

Esse pode ser um ano histórico para a dupla Gre-Nal. Um ano de grenais. Comecemos pelo básico. Quase certamente haverá, nas semifinais do Gauchão, o segundo clássico do ano. O jogo será no estádio Olímpico, fato este que, a meu ver, coloca o Grêmio na condição de favorito. No segundo turno deverá haver outro Gre-Nal e, se cada um ganhar um turno, teremos mais dois grenais na final do Gauchão, um em cada estádio. Pelo Campeonato Brasileiro são dois grenais garantidos: um em cada turno, um no Olímpico e outro no Beira-Rio. E, caso os dois times sigam na Libertadores, que pelo que parece, é o que vai acontecer, teremos mais dois grenais pela competição mais importante da América.
Teríamos, então, nove grenais no ano. Uma overdose de Gre-Nal. Meu time, particularmente, já ganhou um. Faltam oito. Porém, como torcedor, gostaria de ver meu time perder os sete entre Brasileiro e Gauchão, e ganhar os dois grenais mais importantes da história da existência dos dois clubes: o da Libertadores.
Mesmo vendo o Inter sofrer diante de um risível Emelec do Equador e vendo o Grêmio precisar da ajuda do árbitro para ganhar em casa do fraquíssimo e inexpressivo Oriente Petrolero, não vejo adversário que ameace a vida da dupla na competição. Na verdade, acho que os únicos que podem estragar a festa gaúcha são os outros brasileiros, em especial Santos e Cruzeiro. Aliás, o time mineiro começou dando espetáculo, fazendo 5 a 0 no sempre favorito Estudiantes. Porém, vale lembrar que, em 2009, ano em que o Estudiantes venceu o Cruzeiro na final da Libertadores, foram duas goleadas na primeira fase: 3 a 0 para o Cruzeiro, em Minas, e 4 a 0 para o Estudiantes, na Argentina. Portanto, mesmo tendo sido goleado na primeira rodada, também não podemos menosprezar os argentinos, que, na minha humilde opinião, ainda formam o time estrangeiro mais forte.
Agora, imaginemos o que vai acontecer caso Grêmio e Inter se enfrentem pela Libertadores. Com certeza o treinador do time perdedor será demitido. Nem mesmo a fama e a glória já conquistada por Renato Gaúcho no passado o salvaria de uma demissão. Aliás, pelo que se conhece do caráter do Renato, acredito que ele mesmo pediria demissão. “Quero me desculpar à torcida do Grêmio por toda essa tragédia vergonhosa, na qual eu fui um dos responsáveis...”, diria, com lágrimas nos olhos. Já se o Inter for eliminado, Celso Roth, mesmo dizendo que jogou melhor, seria igualmente demitido. “Nosso time jogou melhor os dois jogos, mas essas coisas são infelicidades do futebol e alguém tem que pagar o pato”, comentaria sem pestanejar, na maior cara de pau. Já os jogadores que perderem, ficarão marcados por suas torcidas. O jogador que falhou no gol do adversário terá que se mudar do Rio Grande do Sul e ficará proibido de aqui retornar. Enfim, será o jogo da história. Nem os Corinthians e Palmeiras que já ocorreram em Libertadores são comparáveis a um Gre-Nal. Será o jogo da vida de todos. Será o Gre-Nal dos grenais.
* Texto publicado no Jornal das Missões de sábado.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Lendo por nós e por eles

Minha sogra sempre diz para a minha noiva que ela errou na escolha de novo. O “de novo” explica-se pelo fato de que o primeiro casamento dela não deu certo. Talvez minha sogra até tenha razão, vá saber. Todo mundo erra nesse tipo de escolha, inclusive ela, a sogra. Mas é a vida. Lembrei-me da sogra porque ela faz parte de uma estatística que comprova que o Brasil vai demorar muito para deixar de ser um país subdesenvolvido: a de pessoas que não gostam de ler. Da muito trabalho, tem que botar os neurônios pra funcionar, enfim, tem que pensar, sacumé. Mais fácil se parar de leitão vesgo e alegar que “não tem tempo pra isso” porque “tem mais o que fazer”, aliás, tem coisas mais importantes na vida, do tipo, limpar a merda que as pombas largaram pela calçada, lavar a roupa do marido, falar mal do genro ou da nora, coisas do gênero, indispensável para o crescimento físico e espiritual.
Mas, como bom brasileiro, tenho me dedicado com afinco a compensar a falta vontade de colocar os neurônios para funcionar de muitos brasileiros e melhorar a posição do Brasil nos rankings de leitura. Quando estava sem trabalhar, “só” fazendo o mestrado, como diria a minha sogra, enfim, quando era um legítimo vagabundo, eu estava lendo um ou dois livros por semana. Sacumé, aí aparece o agente do IBGE para entrevistar alguém que nunca lê, essa pessoa pode ter o seguinte diálogo com o entrevistador:
- Quantos livros a senhora lê por ano?
- Olha... eu não leio nenhum, mas o meu genro disse que leu uns 80 no ano passado e ele pediu pra colocar uns 10 na minha cota. Para aumentar a média, sacumé...
Viu? Inclusive, alguns podem até pedir emprestado para os netos, que estão nas séries iniciais.
- Pois olha, seu moço, eu nunca li um livro, mas a minha neta lê uns dois por mês e ela me empresta uma meia dúzia para a minha cota anual.
Assim nós conseguiremos melhorar essa média e a nossa imagem fora do país. Enquanto aqueles que estudam e gostam de ler leem muito, eles emprestam a “sobra” da sua média para aqueles que têm verdadeira preguiça de pensar. Afinal, enquanto eles nos criticam por não cortar a grama do pátio da nossa sogra, nós os criticamos por não lerem sequer histórias em quadrinho!
Concluo a coluna de hoje indicando para o leitor o livro que estou lendo no momento. Na verdade são dois. Ler dois livros ao mesmo tempo dá um barato muito doido, mas, com o tempo, você se acostuma. Trata-se de livros de dois porras-loucas que marcaram época na literatura americana a partir da década de 1960: Pedaços de um caderno manchado de vinho, de Charles Bukowski, e A grande caçada aos tubarões, de Hunter Thompson. O segundo é o repórter fundador do jornalismo gonzo, que é algo mais literário do que o movimento que ficou conhecido como New Journalism. Mas, para o leitor entender melhor, é uma espécie de jornalismo literário, mas com um tom irônico e humorístico. Seria algo como a versão impressa do jornalismo praticado por programas como o CQC.
Pronto, escrevi demais por hoje. Até a próxima!
Texto publicado em A Tribuna Regional

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A bunda

Apaixonei-me recentemente por uma bunda. Só não me perguntem quem era a dona dessa bunda, pois não faço a mínima ideia. Também não faz a menor diferença. Não a queria. Queria apenas a bunda. Sobre a dona da bunda, apenas algumas informações básicas: pele clara, meia-idade, cabelos escuros e lisos, compridos, descendo um pouco além do ombro. Seu rosto? Não lembro. Lembro apenas da bunda.
E como era a bunda? A bunda estava escondida em um short jeans, não muito curto nem muito apertado. Na verdade, não era nada vulgar. Era um short comum, que ia uns quatro dedos além da voltinha da nádega. Ou, no caso do Lula, um palmo. O short não era nem solto, nem largo. Era justo. Assim como justa era aquela bunda. Uma bunda perfeita. Eu olhava para aquela bunda e ela parecia dizer: vem. Mas, apesar da paixão enlouquecedora que ela me causava, eu não ia. Apenas olhava e a devorava tomando mais um gole de suco de goiaba.
Minha boca parecia salivar incontrolavelmente, da mesma forma que um alcoólatra saliva em uma crise de abstinência. Eu queria chegar para aquela bunda, segurá-la diante de meu rosto, e perguntar:
- Olá, tudo bem? Meu nome é Matheus, prazer em conhecê-la! Quer casar comigo?
E ela, então, me olharia de volta e diria “sim”. E nós ficaríamos ali, nos olhando, sem ver o tempo passar: eu e a bunda. Ou, gramaticalmente correto: a bunda e eu. Eu apertaria aquela bunda contra o meu rosto e iria às estrelas. Passaria meus dedos por cada centímetro daquele pedaço de carne perfeito e suculento e declararia todos os poemas de amor já feitos no mundo em seu ouvido. No da bunda, não no de sua dona. A dona da bunda é apenas um acessório complementar e inútil. A essência do meu amor é a bunda. O combustível da minha paixão é a bunda. O meu objeto de adoração é aquela maldita e perfeita bunda.
Entretanto, enquanto eu adorava e namorava aquela bunda, surge um garoto, de aproximadamente 5 ou 6 anos, provavelmente filho da dona da bunda. Ele chega perto do meu amor e a abraça. Coloca seus dedinhos mínimos naquelas nádegas perfeitas. Maldito! – murmuro entre os dentes. Naquele momento, queria esganar o garoto, que ficava ali, agarrado à bunda, colocando as suas bochechas coradas no meu objeto amado. Enquanto isso, a insensível dona da bunda nem se mexia, ficava ali, com cara de besta, impassível. Nesse momento penso: pobre bunda. Tão amada e tão desvalorizada por aqueles que a tem. E assim, a bunda foi embora, levada por sua dona e pelo maldito fedelho. Espero um dia poder reencontra-lá: ela, a perfeita, a bunda.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Histórias de um malapórter – Parte 1

Casal está discutindo a relação, escorado em uma moto na beira da calçada.
- Quem tu pensa que eu sou? Acha que sou cega, Arthur!? Acha que sou burra?! O que tu ta pensando, seu sem vergonha!!!????
- Vai com calma, princesa, a coisa não é como tu ta pensando...
- Como não é, seu cachorro!?!?!?
Repórter se aproxima.
- Er... Co-com licença...
Os dois param de brigar, justo quando ela levantava a mão para lhe dar um tapa na cara.
- Eu sou do jornal Folha Popular e estou fazendo uma enquete...
Os dois olham para o repórter com cara de Garfield.
- Mané enquete, rapá? Não vê que a gente ta ocupado? – diz o namorado.
- Er.. Desculpe senhor, mas é uma enquete para o Folha Popular e...
- Se manca, Mané! – retruca a namorada.
- Olha minha senhora, desculpe, mas é que sou do Folha Popular...
- Folha Popular é o caralho! Vaza daqui! – diz o namorado.
- Mas eu queria saber o que vocês pensam sobre...
- Vai se cata! – diz a mulher começando a dar tapas no braço do repórter.
- Mas senhora, com licença, senhora... senhora... eu sou do Folha Popular e...
TAP! TAP! TAP!
- ... e queria saber o que a senhora e o seu senhor pensam sobre...
TAP! TAP! TAP!
- ... sobre... infidelidade e....
A mulher para de bater no repórter, arregala os olhos, e se vira para o namorado.
- Infidelidade, hãm? Pois sim... pode anotar aí...
E, assim, o repórter do Folha Popular consegue fazer a sua enquete.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Um grande escritor, um grande homem


É raro encontrar alguém famoso e com muita qualidade e que seja atencioso com todos os seus admiradores. Moacyr Scliar é uma dessas pessoas. Justamente por isso estou sentindo muito pela sua situação de saúde e torcendo demais por sua recuperação. Poucos escritores merecem ser tão reconhecidos quanto ele, e não só pela sua qualidade literária e profissional enquanto médico, mas também pela atenção que sempre dispensou ao público. Cito aqui, dois exemplos simples de atitudes pequenas que engrandecem ainda mais o seu nome: primeiro, ele sempre colocava o nome, ao final da sua coluna, no caderno Donna de Zero Hora, de todos os leitores que lhe escreviam e-mails ou cartas. Segundo, ele sempre respondia a todos os e-mails. Nunca fiquei sem resposta na minha meia dúzia de e-mails que troquei com ele.
Já pessoalmente, lembro-me de ter visto ele pelo menos três vezes. A primeira foi em uma palestra durante o Circão da Cultura, evento literário realizado em Ijuí, se não me engano, em 2005. Na ocasião, ele deixou boquiabertas as centenas de pessoas que lotavam o local do evento. A segunda foi em Santo Ângelo, quando, primeiro, entrevistei-o sobre diversos assuntos, antes da palestra que ele realizaria na URI, e, depois, na própria palestra. Como sempre, após o evento Scliar atendeu a todos os fãs com máxima atenção, inclusive, tirando fotos com toda a paciência do mundo. A última vez que o vi foi na Feira do Livro de Porto Alegre de 2009, quando ele falou sobre diversos escritores clássicos, como Gustave Le Bon e Euclides da Cunha. O interessante é que ele não deu uma palestra, mas sim, literalmente, conversou com o público como se estivesse em uma mesa de bar. Entretanto, mesmo sendo um leitor assíduo das colunas de Scliar, li poucos livros dele, entre eles, o Língua de Três Pontas, que tenho guardado em lugar cativo na minha prateleira.
Também lembro que, recentemente, em meio ao pânico de tanto procurar, lutar, batalhar, correr atrás, e só receber respostas negativas de emprego, parcerias, etc, acabei lhe enviando um e-mail desabafando tudo o que pensava. Ao contrário de outras pessoas que se julgam estrelas e que pensam que estão acima dos demais, Scliar, não só me respondeu como me enviou uma verdadeira mensagem de apoio, que vale bem mais que qualquer apoio financeiro. Guardo até hoje esse e-mail:
“Meu caro Eduardo, muito obrigado pelo e-mail. O que me impressiona em seu relato é a coragem com que você enfrenta os problemas da existência. Por causa dessa coragem, não tenho dúvidas de que você vai atingir seus objetivos, tanto em termos profissionais como em termos de família (parabéns ao futuro papai!). E talento não lhe falta para dar suporte a essa coragem, como pude constatar em seu excelente blog. Desejo-te, Eduardo, muitas felicidades e fico aqui, torcendo por ti e por tua família. Grande abraço do Moacyr”.
De fato, agora só posso retribuir a esse apoio e a essa mensagem publicando aqui toda a minha admiração e apoio pela sua recuperação. Melhoras Scliar! Você, mais do que ninguém, merece!

*Texto publicado em A Tribuna Regional nessa semana.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dois livros que não indico

Mesmo trabalhando, estou tentando aumentar a média de livros lidos anualmente pelos brasileiros. Dia desses terminei “O jogador” do meu amigo Dosti. Um bom livro, por sinal. Faz jus à fama que tem de clássico. Entretanto, nunca demorei tanto para ler um livro de 200 páginas: duas semanas. Porém, vale ressaltar que a demora foi pela minha falta de tempo e não pela qualidade da obra. Faz parte.
No entanto, hoje não vou falar desse livro, que indico aos preguiçosos leitores imaginários desse blog. Quero falar, sim, de dois livros que não indico. Sinto-me na obrigação de precavê-los dos livros chatos e cansativos, da mesma forma que indico os livros bons e empolgantes. Sacumé, qualquer dia desses o malicioso leitor vai sair falando por aí: “tudo que esse cara lê acha bom e indica no blog. Até bula de remédio ele chama de ‘imperdível’”. Então, conto aqui brevemente duas tentativas frustradas de ler um livro.
O primeiro, talvez alguns leitores até possam gostar. Trata-se do “Andarilho das Estrelas”, de Jack London. Peguei essa obra na biblioteca da PUCRS, quando ainda morava em Porto Alegre, em 2009. Li mais ou menos metade do livro. No início até achei bom, entretanto, a história não anda. Resumidamente, o personagem é preso, sofre várias torturas, e, já sem saber mais o que fazer para fugir da dor, ele resolve “morrer” um pouco e, em cada “morte”, ele visita vidas passadas, etc. A história até parece interessante, porém, achei a linguagem e o enredo um tanto densos e “arrastados” demais para o meu saco. E olha que, por se tratar de Jack London, eu li esse livro de boa vontade, pois ele escreveu Martin Eden, um dos melhores (se não o melhor) livro que já li até hoje. Mas, dessa vez, não emplacou. Por isso, não indico esse livro para você, preguiçoso leitor. Se quiser Jack London, pegue Martin Eden ou algum outro livro qualquer.
O segundo, comecei a ler dia desses, logo após terminar “O Jogador”. Trata-se de “Noites de Antigas”, de Norman Mailer. Queria ler algo do Norman Mailer, pois ele é considerado um dos grandes escritores do New Journalism. Peguei esse livro otimista, empolgado pela leitura de “A mulher do próximo”, do Gay Talese. É uma obra de mais de 600 páginas. Pelo resumo, o livro também parecia ser bom: ele conta histórias dos egípcios antigos, dando ênfase à questão sexual. Interessante. Porém, depois de ler 100 páginas, desisti. A linguagem é muito chata, a história não anda, e é uma confusão de nomes egípcios que te dão um verdadeiro nó no cérebro. Confesso, até, que fiquei um tanto traumatizado com o Mailer. Não sei se teria coragem de ler outro livro dele. Se bem que, para ter a fama que ele tem, deve ter escrito algo que preste.
O foda é que, depois dessa experiência frustrada de ler parte do “Noites antigas”, tenho medo de pegar outro livro-reportagem e cair no sono ao ler cinco ou seis páginas. Até sei que em Abusado, Rota 66, A Mulher do Próximo, e outros, você não quer largar o livro, mas acho que vou ter que aliviar a cabeça um pouco com “Pedaços de um caderno manchado de vinho”, do Bukoswki, que comprei na Feira do Livro de Porto Alegre do ano passado. É isso. Preciso me desintoxicar com um bom livro do velho Bud e com algumas latinhas de cerveja, pois, vou guardar o vinho para o inverno.
Hasta!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Inspiração castrada


Voltando a trabalhar em jornal, relembro de uma das questões que abordei na minha monografia e, recentemente, na minha dissertação de mestrado. Na verdade é uma questão levantada em 1905 pelo jornalista João do Rio e repetida, 100 anos depois, por Cristiane Costa, professora da UFRJ. A pergunta era mais ou menos a seguinte: A atividade jornalística, em especial o trabalho em redação, ajuda ou atrapalha na atividade literária do jornalista candidato a escritor? As respostas foram variadas em ambos os casos. Durante a monografia, eu acreditava que ajuda. Depois, no mestrado, passei a desconfiar que atrapalha. E agora, mestre, trabalhando em redação de jornal mais uma vez, eu tenho certeza que, se não mata, pelo menos sufoca a criação do escritor, o que quer dizer, então, que atrapalha.
Tanto atrapalha que não tenho mais inspiração para escrever nada que pareça, ao menos de longe, criativo ou original. Praticamente estou sem ideias, e as poucas que tenho considero muito ruim, chatas, sem graça. Na verdade, estou com a minha capacidade criativa tão bloqueada, que a única ideia meia boca que tive foi de catar no Google algumas piadas de sogra, uma de minhas distrações prediletas. Separei aqui algumas que compartilho agora com o dito cujo leitor:

A sogra do cara morreu...e lhe perguntaram:
- O que fazemos? Enterramos ou cremamos?
- Os dois! Não podemos facilitar
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Um cara foi a delegacia e disse:
- Eu vim dar queixa, pois a minha sogra sumiu.
O delegado disse:
- Há quanto tempo ela sumiu?
- Duas semanas - respondeu o genro.
- E só agora é que você me fala?
- É que eu custei a acreditar que eu tivesse tanta sorte!
*****
Na delegacia, aparece um cidadão e diz que quer confessar ...
O delegado pergunta:
- O que aconteceu?
E o homem:
- Doutor eu matei minha sogra!
- Bem meu filho, você cometeu esse crime, mas deveria estar muito alterado... não se importe, vá pra casa e descanse. Está tudo bem...
- Mas doutor, eu enterrei a velha!
- Ah meu filho, viu que boa alma você é? Enterrou e sua sogra e assim já evitou toda aquela burocracia...
- Doutor!!! Mas quando eu estava enterrando ela gritava que ainda estava viva!
- Ô meu filho e você não sabe que toda sogra é mentirosa?
*****
O homem leva um susto que ao ouvir de sua cartomante:
- Em breve sua sogra morrerá de forma violenta.
Imediatamente ele pergunta à vidente:
- Violentamente? E eu? Serei absolvido?
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A garota chega para mãe, reclamando do ceticismo do namorado.
Mãe, o Mário diz que não acredita em inferno!
Case-se com ele minha filha e deixe o resto comigo!
*****
Sogra devia ter dois dentes, 1 para doer e outro para abrir garrafas.

The end.