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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Escrevendo um romance (de merda?)

Atendendo aos milhões de apelos e pedidos, fui tentar começar a escrever um romance antes, mas desisti. Pelo menos por enquanto. Achei muito chato. Escrevi três páginas, reli, não dei nenhuma risada, e desaprovei. Muito ruim. Péssimo. Vai ficar para a próxima. Achei que, porque estou com um pouco mais de tempo, poderia escrever um romance. A idéia era mais ou menos essa: cinco personagens, uma prostituta, um trabalhador de meia idade (cliente da prostituta), um jovem (também cliente da prostituta) e um trabalhador negro. Todos pobres e todos colegas de aula. Estão em exame de recuperação. A quinta personagem, seria o professor de história. Já tinha escolhido os nomes deles: a prostituta seria Ana Maria (nome de guerra, o original era Ana Roberta), o cliente trabalhador seria Roberto, o cliente jovem seria Ferdinando, o trabalhador negro seria Marcelo e o professor, Anselmo.
Os cinco viveriam o dia da prova desde que acordaram até a hora de realizá-la, de noite, em uma escola pública. A idéia era mais ou menos parecida com a do Caminhos Cruzados, do Erico, tipo, a história deles se cruzam no fim. Eles vivem o dia, filosofam, pensam no passado, no presente, no futuro, alguns trabalhando, outros esperando a hora da prova. Por exemplo: a prostituta estava acordando às três da tarde, já o cliente trabalhador levantou às sete da manhã e passou o dia trabalhando, mas também pensando nas suas besteiras, o cliente jovem levantaria ao meio-dia, o trabalhador negro às seis e meia da manhã e o professor às dez horas. Comecei com o dia da prostituta. Até salvei as três páginas, se outro dia estiver empolgado, quem sabe continue, ou apague tudo e comece de novo, mas acho pouco provável. Tem que ter saco para escrever romance. E eu ando meio sem saco. No sentido figurado, obviamente. Portanto, nada de romance. Por enquanto, vou ficando apenas como leitor, e sigo com o Solo, do professor Juremir, que, aliás, é uma bela inspiração. Também acredito que para escrevermos melhor é preciso estar lendo livros e textos que empolguem. Quando eu estava lendo Oscar Wilde, estava sem inspiração. Comecei a ler o Juremir, e a vontade de escrever voltou. O mesmo ocorre com todos aqueles que já citei várias vezes, ou seja, Bukowski, Keroac, John Fante, Erico Verissimo, e essa turma toda. Você lê, e PUM, começam a explodir neurônios de inspiração.
Outro problema é você escrever um negócio sabendo que não encontrará editora para publicar. Minha irmã diria: como você é otimista! Na verdade estou sendo realista. Se eu tivesse dinheiro, tranqüilo, é só pagar e publicar. Mas sem dinheiro é foda. Ou você é muito bom (e mesmo assim isso não é garantia de nada), ou você tem um belíssimo dum Q.I., ou você tem um texto que os editores pensem que vá vender bem. Claro que o ideal é preencher os três requisitos, do tipo, você trabalha na grande mídia, já tem um nome, escreve um monte de merda comercial e eles te publicam. Mas nesse caso você já terá dinheiro, e se eles não quisessem te publicar, você poderia bancar tudo por conta.
Na verdade, aqui no Brasil, se publicassem um livro intitulado Merda e escrevessem nele apenas palavrões e colocassem algumas fotos de mulheres nuas, um comercialzinho na Globo e uma entrevista com os autores no Jô Soares, com certeza teríamos um novo best-seller e um recorde de vendas. Não diga merda antes de ler Merda. Só fale merda, depois de ler Merda. Deixe a merda no banheiro e leve a Merda para ler na sua cama! Pronto, já temos até slogans.
Agora, pare de ler essa merda toda e vá ler um bom livro...

Mais uma dos cachorros...


Não foi boa idéia deixar a Pretinha solta aqui na frente. Cheguei em casa, havia um cachorro preto, bem mais alto que ela, pulando feito um canguru e mijando na frente do portão. Fiádaputa, pensei. Acelerei o passo e espantei o diacho, que saiu meio desconfiado, com as orelhas erguidas. “Some daqui antes que te cape, fiádumacadela desavergonhada”, disse, e ele se mandou, sem olhar para trás. Já o Jamelão, estava enlouquecido do outro lado do portão que separa o pátio da frente do pátio de trás, dando pulos de raiva. Enquanto isso, a Pretinha, essa cadela bagacera, estava lá, se chiniando feito uma quenga no portão. Quando abri o portão para ela ir lá para trás, o Jamelão deu umas mordidinhas nela, e eu dei o primeiro conselho importante nos quatro meses de vida dele: “pode morder Jamelão, ela merece”. Mas depois tive que separar os dois, antes que eles descumprissem a minha ordem de que não quero trepação no pátio da minha casa.
Tranquei a Pretinha no galinheiro, digo, no canil, prendi o Jamelão na sua corrente e fui até a lavanderia, curioso para saber se a Pipoca ainda estava viva. Estava. Abri, e ela saiu cheirando tudo. Há pouco eu estava sentado ali fora, na cadeira de balanço da minha mãe, e ela estava ali, de prontidão, espantando os cuscos que vinham atrás da Pretinha. “Isso aí Pipoca, não vamô da mole pra esses fiádaputa”. E ela latia furiosamente, arrancando das cordas vocais os seus últimos latidos. Agora ela está aqui, coçando a piriquita, sentada do meu lado. Deve estar com saudades do sexo oral que o Jimbo fazia nela. Depravada! Pior que, onde eu vou ela vai atrás. Acha que vai ganhar comida, coitada. Não posso deixar as portas abertas que ela entra.
Para finalizar, funcionou minha tática de dar só ração para eles de meio-dia. Não cagaram muito. Aliás, a pretinha só largou um trocinho de nada na garagem (antes que o pai leia e pire, esclareço que já limpei a calçada) e o Jamelão praticamente não cagou de tarde. Já a Pipoca, só fez uma focinha na lavanderia. Também já está limpo. Mas estou começando a achar que limpar merda e mijo de cachorro todos os dias não é bom. O que eu faço com esses bichos?

O dono da casa


Final de ano, todo mundo foi para a praia, e fiquei de caseiro, com as plantas e os cachorros. Caninos, são três: a Pipoca, o Jamelão e a Pretinha. A Pipoca é a anciã, viúva do Jimbo. Está doente e não deve durar muito. Tem no mínimo uns 15 anos. Já a Pretinha é a do meio. Essa tem sete vidas. Já foi para a veterinária em coma umas quatro vezes, e escapou em todas. Na primeira por veneno, na segunda levou um chute na rua por tentar atacar alguém, na terceira, veneno novamente, e na última ninguém sabe o que aconteceu, mas possivelmente foi outra tentativa de homicídio. Depois de tanto levar pau, ficou manca de uma perna, a pobrezinha. Ganhamos ela do vizinho há alguns anos, porque ninguém a agüentava. Calculamos que tenha uns cinco ou seis anos, mas ainda age como se tivesse algum retardamento mental, a coitada. E o caçula é o Jamelão, herdeiro do Jimbo. Está com uns quatro meses, e é completamente maluco e destruidor de tudo o que vê pela frente. E é tarado. Está louco para comer a Pretinha, que está no cio, e a Pipoca, que apesar da idade, ou está no cio ou é muito camanga mesmo. Vai lá no Jamelão e deita com as pernas abertas. O Jamelão não nega fogo, mas aí ela fica braba e avança nele, que reage com fúria, me obrigando a intervir. Salto com o chinelo atirando cachorro para tudo que é lado.
Como disse, estou de caseiro, e tenho que lidar com esses bichos. Trabalho árduo, que exige muito preparo, planejamento e jogo de cintura. Para ir trabalhar, deixei o Jamelão solto nos fundos, a Pretinha solta na frente (separados por um portão, o que causa choro dos dois, que estão louco para trepar, esses depravados) e a Pipoca presa na lavanderia. Meu pai me mataria se visse isso. Dei pouca comida para eles de manhã, para não cagarem demais. Vou dar mais de noite, quando a Pipoca passará para o pátio da frente (onde já coloquei a sua casinha), o Jamelão ficará solto atrás e a Pretinha no canil. Aliás, o canil é da Pretinha, mas não posso deixar ela lá de tarde porque não pega nenhuma sombra, e não quero Pretinha assada.
Eu lido com os três, para lá e para cá, dou água, comida, e eles ficam me olhando com uma cara engraçada. Logo que meus pais, meu irmão e minha irmã partiram rumo ao litoral, reuni eles no centro do pátio e disse: “agora está tudo nas nossas mãos (ou patas)”. Eles me olharam com cumplicidade e fizeram um leve sinal afirmativo com a cabeça. Tratei de passar de cara as regras da casa: nada de cagar na calçada, só na grama, nada de treparem, nada de brigarem, nada de latirem de manhã cedo, nada de latirem de noite, nada de cavocarem na terra, nada de rasgarem panos, roupas e derivados, enfim, nada de nada. Eles não gostaram muito, e achei que fariam uma rebelião, me prendendo no canil e dominando a casa. Mas não fizeram isso. Ainda. Por isso também é importante deixa-los separados: evitar que planejem uma revolta. Mas no fundo, eles gostam e dependem de mim, já que eles não conseguem arrumar comida e nem ligar as torneiras para beberem água sozinhos. São burrinhos, inúteis e dependentes.
Como já disse há décadas o economista Harold Innis: quem tem informação tem o controle. Por isso tenho o controle. Por isso mando na casa. Pelo menos até os meus pais voltarem...

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Eu surto, tu surtas, ele surta, nós surtamos...


Eu concordo com meu primo Gérson Alemão. Quem está em crise não sou eu, é o mundo. Está em crise contra nós e contra a Amy Winehouse. Aliás, às vezes acho que vou ter aquele mesmo surto da Amy do Pânico na TV. Porém, ando menos estressado nesses últimos dias, mas mesmo assim, às vezes as pessoas parecem que querem pedir: “Surta! Surta!”. Vou dar alguns exemplos bem simples, começando aqui por casa. Meus pais. Bom, antes quero esclarecer que amo eles mais que tudo nesse mundo, mas tem uma coisa que eles fazem, e que eu já disse milhões de vezes para não fazerem, mas não adianta. É o seguinte: eu não gosto de Coca Zero, muito menos de Fanta Uva Light, que me da caganeira. Tudo bem eles comprarem, gosto é gosto, e meu pai só pode tomar zero, diet, light, etc. Só que eles compram esses refrigerantes e os normais, então, primeiro eles bebem tudo que tem de normal (Coca, Sprite, Guaraná) e deixam a porra da Fanta Uva Light intacta na geladeira. Como aqui em casa refrigerante é só no final de semana (pelo menos teoricamente), chega o domingo de noite e tudo foi bebido da geladeira, menos as bebidas light, diet e zero (principalmente a maldita Fanta Uva Light). Aí, eu vejo aquele líquido, isolado na geladeira, e num calor desses acabo tomando. Resultado: às 5 horas da madrugada uma bomba explode em meu estômago, e saio voando para o banheiro fazer um estrago danado.
Agora faço a pergunta que sempre faço a eles: por que não compram apenas uma Coca Zero e o resto nornal, ao invés de pegarem meio a meio? Mas não adianta, é sempre a mesma coisa todo o final de semana. O jeito vai ser seguir o conselho da minha própria mãe, sentar ali fora na cadeira de balanço, e ligar um CD com música zen fazendo o ommmm.
Esse tipo de situação acontece em outras oportunidades. Se vocês voltarem nos meus arquivos, vão achar aquele texto do rodízio de pizza na praia, lembram? Todo mundo comia minhas batatinhas enquanto esperava a pizza. E depois, todos enchiam o bucho de pizza, enquanto eu ficava olhando nostálgico o prato vazio de batatinhas. O mesmo acontece com a própria pizza, quando a massa é sem ovo. Eu sempre digo: “vamos pegar pizza de frango!”, e todos respondem: “ah, não. Vamos pegar de (aí vão os mais variados sabores)”. Aí pegamos uma de cada, só que aqueles que pediram de outro sabor primeiro vão lá e truicidam a pizza de frango, para depois comerem a que eles tanto queriam (e que geralmente eu não gosto). E o pior é que nem comem tudo da outra, pois já ENXERAM O BUCHO com a de frango. E querem que eu fique calmo? Claro, estão empanturrados de pizza de frango, ou de Coca normal, ou de batatinhas, aí fica fácil ficar calmo.
Mas não pensem que sou egoísta. Eu já passei fome para dar os meus trocados para comprar um lanche para um mendigo, enquanto eu fiquei sem nada. E mais de uma vez. Só que eu faço isso para quem precisa, e não para quem ta mais bem tratado que o Garfield.
Ah, e eu também adoro quando me convidam para ir a um lugar, e me tratam como se eu fosse um pé de limão, uma samambaia, um poste, uma vassoura, ou algo assim. Eu chego no lugar, sento, e fico lá, sentado, como era de se esperar. Puxo assunto com um, mas o cara me corta para entrar em uma conversa paralela qualquer. Geralmente sobre carro. Assunto importantíssimo! Ou senão sobre a mãe do fulano que traiu o velho com o vizinho. Aí, tento uma, duas, três vezes, até que desisto. Abro uma garrafa de cerveja, pego meu copo, e sento lá fora para conversar com o cachorro, que geralmente tem um puta papo cabeça. Os cachorros sempre sabem o que fazer. Você desabafa com o canino, e ele fica te olhando com um ar de compreensão incrível. Se você está brabo, ele também compreende. Se está triste, idem. Se está alegre, põe a língua de fora e fica com uma cara de riso incomparável.
É, eu gosto dos cachorros. E gosto de todo mundo que sabe conversar algo além da marca do carro do ano, do pequeno golpe que deu para economizar 20 reais em um trouxa, que na verdade está ralando para manter a família, ou da vida do vizinho, que na real está cagando e andando para o mundo. Ah, e gosto de cerveja também. E de escrever no blog. É uma boa terapia.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

A crise dos 27


O que acontece quando estamos com 27 anos? Já cansei de ouvir falar na tal lista dos famosos que morreram com essa idade. E quem não morre, parece que fica meio louco. O Erico Verissimo escreveu o seu primeiro romance, Clarissa, quando estava com 27 anos, e no prefácio ele diz que estava tentando resgatar o entusiasmo da adolescência. Por que alguém com 27 anos não pode ter entusiasmo próprio? Eu estou nessa idade. Às vezes também me sinto correndo atrás de algo que não sei o que é, sacam? Já meu irmão, depois dos 27 pirou e foi pra Londres. Meu outro primo, o Gérson, deixou para trás o Banco do Brasil e (CENSURADO - tô começando a ficar com saudades dos militares...) e foi para a Itália há poucos meses, também com 27. Minha noiva estava mais ou menos nessa idade quando se separou do ex-marido (para a sorte minha). Mas e agora, sou eu que estou com 27! E para piorar, comecei a ler o Solo, do professor Juremir. O livro é bom, mas é a história de um cara que está numa crise de identidade do caralho, e passa suas horas assistindo desde Canal do Boi e TV Senado até a Ana Maria Braga. Acho que vou acabar pirando...
Agora, um exemplo da minha crise dos 27 anos. Desde que eu me formei, no dia 16 de agosto de 2006, praticamente tudo o que eu fiz foi voltado para passar na seleção do mestrado, lendo livros e mais livros para as provas de seleção, para o projeto, e fazendo duas disciplinas como aluno especial na PUCRS. E nesse ano, a exemplo do que já havia feito em 2006 e 2007, participei do projeto seletivo da própria PUCRS e da Unisinos. Fui aprovado nas duas, com boas perspectivas de bolsa. Porém, no mesmo dia em que saiu o resultado da PUCRS, aconteceu outra coisa que fez com que ao invés de comemorar, eu chorasse! Vejam vocês.
No referido dia, acordei para ir a uma consulta médica, mas antes de sair de casa fui verificar a lista dos aprovados da PUCRS na internet e meu nome estava lá. Perfeito. Porém, na consulta nada foi perfeito. Fui para consultar uma coisa, e para tirar uma dúvida de outra coisinha, que considerava menor. Mas, para a minha surpresa, o médico disse que essa outra coisinha era uma doença relacionada ao estresse (que não vou falar aqui, não sejam curiosos). Pois bem, o tal médico disse que eu não precisava me preocupar e não era para ficar estressado, porém, todavia, contudo, quando ele foi escrever a receita (é receita que chama? Essa crise dos 27 também me dá cada branco na cabeça...) disse: “o único problema desses remédios é o preço”. Caralho! Uma das principais fontes do meu estresse é o meu aperto orçamentário para fazer tudo o que tenho feito (mensalidades, viagens, etc) e, meio receoso, perguntei quanto era cada remédio. Quando ouvi a resposta entrei em pânico. Saí do consultório assustado com tudo (até porque achei esse médico diferente dos outros, a maioria te trata amigavelmente, e esse era completamente sério e de poucas palavras, só faltou dizer que eu ia morrer na semana que vem), e chegando em casa, entrei em desespero! Agora, com a cabeça fria, na véspera de Natal, penso que tudo isso se deu pela minha crise dos 27 anos...
Aí, fui sair com a Cris de noite, e conversando sobre o assunto comecei a contar tudo o que me estressa. A novela me estressa profundamente - só de ver que estava passando no “mudo” na televisão da sorveteria me embrulhou o estômago –, quando me acordam antes da hora eu me estresso, quando eu quero escrever e ligam o som alto na porra da sala do lado eu me estresso, quando me fazem pergunta idiota ou que não sei responder e ficam insistindo até eu dizer “mas e eu que vou saber? Porra!” também me estressa, quando marco uma hora, chego e tenho que esperar meia hora fico mais estressado ainda, enfim, muitas coisas me estressam profundamente. Já disse que pretendo ainda fazer psicologia para entender essa porra toda, mas no final das contas, não me considero estressado, só acho que me estressam demais, não acham?
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* o sexo do médico foi trocado para preservar a identidade do mesmo.
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Agora, consegui achar a lista de alguns dos famosos que morreram com 27 anos. Vejam só que interessante a causa das mortes:
- Johnny Kidd (vocalista do Johnny Kidd & The Pirates), em 1966 – acidente de viação.
- Brian Jones (guitarrista dos Rolling Stones), em 1969 – afogamento.
- Sharon Tate (actriz), em 1969 – assassinada por Charles Manson.
- Alan Wilson (vocalista dos Canned Heat), 1970 – overdose.
- Jimi Hendrix (guitarrista), 1970 – overdose.
- Janis Joplin (cantora), 1970 – overdose.
- Jim Morrison (vocalista dos Doors) 1971 – overdose.
- Brian Cole (baixista do Associations), 1972 – overdose.
- Ron "Pigpen" McKernan (tecladista do Grateful Dead), 1973 – complicações estomacais.
- Gary Thain (ex-integrante do Uriah Heep), 1975 – overdose.
- Chris Bell (guitarrista do Big Star), 1978 – acidente de viação.
- Kurt Cobain (vocalista e guitarrista do Nirvana), 1994 – suicídio.

Bom, é fácil ver que a maioria foi de overdose. E têm alguns aí que eu nunca tinha ouvido falar, porém, estão colocados como famosos, quem sou eu para questionar? Agora, o que mais chamou a atenção foi a morte do Pigpen: complicações estomacais. Eu heim.
Encerro repetindo a pergunta do início: alguém pode me explicar o que acontece com as pessoas aos 27 anos?
Feliz Natal a todos!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Promoção


Aqui em Santo Ângelo foi reinaugurado o Supermercado Nacional com Super-Promoções para os Super-Consumidores. Como era de se esperar, parece que o mundo vai acabar e todo mundo lota o supermercado, desesperadamente. Deixam outros compromissos de lado, desmarcam a consulta no médico, deixam o filho na casa do vizinho, do tio, da avó, esquecem de dar comida para o cachorro, atrasam ou saem mais cedo do trabalho, largam tudo que estão fazendo para ir lá comprar a chaleira com 15% de desconto ou o ferro de passar com 16,32% de desconto em até 24 suaves prestações. Promoções imperdíveis para o desenvolvimento da humanidade, certamente.
Agora, fico lembrando de algumas promoções que até hoje eu lembro e acho que me dei bem. O curioso é que não tinham filas gigantes para aproveita-las.
A primeira foi na Jornada Nacional de Literatura de Passo Fundo de 2005. Estava eu, no intervalo entre uma palestra e outra, olhando as bancas que vendiam livros. Olhei na parte dos que estavam na promoção de R$5. Fucei, fucei, fucei e fucei, e não via nada que me interessasse. Somente livros de auto-ajuda, guia disso, guia daquilo, livros didáticos, mó chatice. Até que achei um livro com capa amarela, na qual o título era “O Tradutor Cleptomaníaco”, de um escritor húngaro, Dezsö Kostolányi, do início do século passado. Li o resumo na contra-capa, gostei. Era uma coletânea de contos, sendo que na maioria tratava-se de alguém falido sem dinheiro para comprar a manteiga do pão, algo meio bukowskiano. Comprei a preço de banana, e até hoje considero um dos melhores livros de contos que já li. E para compra-lo, além de gastar pouco, ainda não precisei ir às 6h para a fila da promoção.
O segundo foi em um sebo na Avenida João Pessoa em Porto Alegre. Foi na época dos panfletos da Otávio Rocha. Para você que não leu os primeiros textos dessa coluna, há pouco mais de um ano eu trabalhei como panfleteiro de uma financeira no Centro de Porto Alegre. Estava mal, financeiramente, como é de se deduzir. Tinha ido almoçar num restaurante (lógico, não iria almoçar em uma oficina mecânica) e ao lado tinha o tal sebo. Saí do tal restaurante (qual o sinônimo de restaurante?) com seis reais no bolso que, a princípio, eram para os pães da noite. Entrei no sebo só para olhar. Vazio. Fui pegando os livros, analisando, até que achei o Feliz Ano Velho, do Marcelo Rubens Paiva. Capa dura e tudo. Fazia tempo que queria ler esse livro. Folhei, dei uma olhada por cima, tudo em ordem. Olhei o preço: 5 pila. Bom, sobrava um real, ainda dava para pelo menos três cacetinhos. Se não, pelo menos dois e meio daria sim. Mas resolvi dar mais uma olhada nos livros, e achei o Romeu e Julieta de um tal de William Shakespeare por um real. Foi-se assim, meu único tostão. Teria que arranjar dinheiro em algum lugar para comer de noite, mas saí feliz da vida com uma sacola com o Romeu, Julieta e Marcelo Rubens Paiva, todos juntos, cantarolando.
Já a terceira promoção imperdível (pelo menos para mim) que aproveitei foi na última Feira do Livro de Porto Alegre. Estava olhando as bancas com a minha irmã quando vi o Meia Encarnada, Dura de Sangue, organizado pelo Ruy Carlos Ostermann, por, acreditem, R$5. Esse livro traz crônicas sobre futebol de escritores como Erico Verissimo, Luis Fernando Verissimo, Moacyr Scliar, Luís Augusto Ficher, Sérgio Faraco, Simões Lopes Neto, Tabajara Ruas, e muitos outros. Tudo por míseros 5 pila. Tudo bem, aí vai o crédito para a minha irmã, Cartolina, digo, Carolina Ritter, que comprou o livro para me dar de aniversário. Mas, se eu não tivesse levado aquele livro, possivelmente ninguém acordaria de madrugada para ir para uma fila compra-lô na promoção. Afinal, para que conhecimento, tendo panelas, chaleiras, ferros de passar, tapetes, tudo pela metade do preço?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Texto amigo


Estou lendo, aos 27 anos, o meu primeiro livro do Oscar Wilde (foto). Ainda não sei se será o último, já que a concorrência é grande e a lista de livros de autores diferentes que pretendo ler ainda nesta vida se torna cada vez maior. Apesar de preferir autores com outros estilos, estou gostando dos textos dele, e no início de um de seus contos encontrei uma definição que há muito procurava sobre a profissão (existe?) de escritor. Coloco o trecho lembrando que, apesar desse texto ter sido escrito por volta de 1890, essa idéia ainda vale para os dias de hoje. Abro um parêntese para dizer que minha mãe passou pela sala agora brigando porque estou tomando uma cerveja. Peraí, a Cris no telefone (...). Pronto. Só queria avisar que chegou em casa e a avó e o tio dela estão lá. Beijo vó, abraço tio! E sobre a minha mãe, ela briga quando vê eu chegando com latinhas de cerveja, quando ouve o barulho de “tssss”, aí enquanto estou bebendo a cerveja ela passa por mim e briga de novo, aí depois que eu tomei ela vê as latinhas vazias na lata de lixo e briga de novo comigo, e no outro dia ela briga mais um pouco (ainda mais se apareço com mais cerveja). Enfim, acho que ela não gosta de cerveja, apesar de que minha mamuxca também gosta de tomar as suas de vez em quando...
Mas voltemos à frase do Oscar Wilde. Como ia dizendo, em um de seus contos, no livro Fantasma de Canterville, ele escreveu o seguinte, logo no início:
“A menos que você seja rico, não tem por que ser fascinante. Romancear é um privilégio de ricos, e não uma profissão para desempregados”.
Simples, fácil, objetivo e verdadeiro. Nessa frase acredito que Wilde chegou ao seu ápice (pelo menos nesse livro). E agora sim, chego ao ponto em que pretendia chegar desde o início.
Não sei de você, nobre leitorinho tupiniquim, mas eu gosto de textos e de escritores que, mesmo em romances ou contos ficcionais que nada tem a ver com a realidade, sejam amigos do leitor. Aqueles que mesmo quando não estão falando em primeira pessoa estão se dirigindo diretamente a você e estão levando em consideração o que você vai pensar sobre o assunto (polemizando ou não). Por isso, gosto de TODOS os livros do Bukowski. Apesar de parecer rude (inclusive é descrito assim na super-biografia escrita pelo inglês Howard Sounes) ele escreve como se estivesse sentado com você na mesa de um bar. Eu sei que se o conhecesse, seria destratado da mesma forma que ele destratou a maioria dos seus leitores que se acharam amigos do velho Buk. Apesar disso, ele escreve como se fosse amigo de todo mundo. O mesmo estilo friendly é usado por muitos, mas muitos outros, na qual também sou fã, como o Erico Verissimo, o David Coimbra, o Jack Keroac, o Dezsö Kostolányi (esse húngaro desconhecido é muito bom), o Gabriel Garcia Marquez, e tantos outros.

Acabei parando na metade desse raciocínio todo para ver o Pânico na TV na premiação para os melhores do Brasileirão, e com isso me perdi todo nas idéias, ainda mais com a Skol fazendo efeito. Quando o Zagallo entrou, a Sabrina perguntou: “mas o Zagallo é vivo?” e ao fundo tocou “eu nasci há dez mil anos atrás”. Já a Biba, perguntou para o Muricy se ele deixaria ela (ou ele?) juntar o sabonete no vestiário do São Paulo. Futebol é só alegria!
Bom, voltando ao raciocínio inicial, lembrei também do Mário Prata e do professor Juremir (Machado da Silva), e que a coluna dele de hoje (domingo, 14 de dezembro de 2008) do Correio do Povo está muito boa, onde ele fala da própria ruindade como escritor e onde diz que acha todos os outros cronistas ruins e que nunca chegarão a seus pés. Com isso, não preciso me preocupar se ele ler tudo isso aqui, já que, independente do que eu escrever, serei chamado de horrível, péssimo, interiorano que pensa que um dia será um projeto de escritor e tudo mais de depreciativo que houver...

A mãe passou de novo, e não comentou nada dessa vez sobre a cerveja, que por sinal, está no fim. O tempo fecha e começa a trovejar de novo.
Ela não brigou pela cerveja, mas agora brigou para desligar o computador porque está trovejando. Mãe é mãe. Vou desligar isso aqui e tomar um banho antes que acabe a luz na vila...

sábado, 13 de dezembro de 2008

Dúvidas cruéis


Bueno, enquanto espero a Cris se arrumar, aproveito para escrever sobre algumas dúvidas cruéis que têm dominado a minha mente. Na verdade são duas. A primeira, minha irmã levantou há pouco. Ela sugeriu que eu largasse o trabalho e os estudos e fizesse a revolução. Meu cunhado até tem uma moto, e esses dias estávamos pensando em ir para Machu Pitchu (agora não sei se é assim que se escreve, mas enfim, não vou olhar no google agora), e esse poderia ser o início da revolução, á la Che Guevara. Mas acabei ficando na dúvida. Trabalhar e estudar ou fazer a revolução? Por enquanto vou trabalhando e estudando...
A segunda dúvida, é tão importante quanto a primeira. Não sei se compro um passarinho ou faço uma tatuagem. Os dois estão mais ou menos com o mesmo preço. O problema da tatuagem é que ela não canta. E o problema do passarinho é que ele fica na gaiola, parado, cantando feito um passarinho. Mas o problema maior mesmo, é que no momento não tenho dinheiro para fazer nem um, nem outro, portanto, por enquanto sigo trabalhando e estudando e sem passarinho (não me interpretem mal, senão meto uma bala na tua fuça) e sem tatuagem.
Bom, a Cris ainda está se arrumando, mas acabaram-se as minhas reflexões. Vou aguarda-la lendo alguma coisa.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Errata

Ao contrário do que publicamos no post anterior, o policial grego não ganha bem. Apesar disso, ainda acredito que a polícia lá tenha mais moral, senão não aconteceria a revolução toda, sacam?

É fogo, meu povo!


Caro leitorinho tupiniquim. Separei aqui, com todo o amor e carinho, duas notícias publicadas hoje no site da Folha de São Paulo e que, caso tenham acompanhado o noticiário nacional de hoje, vocês também devem ter ouvido falar. Primeiro, o caso do assassinato do menino João Roberto Amorim por um PM. Segue o texto tal qual foi publicado (ctrl C +ctrol V):

“Diante da repercussão sobre a absolvição do PM William de Paula, acusado pelo assassinato do menino João Roberto Amorim, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, disse nesta sexta-feira que é preciso que se tenha paciência em relação ao andamento do processo.
Mendes, que alegou não conhecer com mais profundidade a questão, frisou que o caso foi julgado em primeira instância. Para ele, é preciso esperar que haja um pronunciamento definitivo da Justiça.
"Vamos aguardar o pronunciamento em segundo grau. Não conheço as razões que levaram o júri a se pronunciar dessa forma", afirmou Mendes, que participou do lançamento do Proname (Programa Nacional de Gestão Documental e Memória do Poder Judiciário). (...)

Não vou publicar toda a notícia, já que a idéia é que você fique apenas a par do que está acontecendo. Agora vamos à segunda notícia, essa, da editoria internacionl. É sobre os protestos que estão ocorrendo na Grécia há uma semana, quando por terras européias um policial matou um estudante. Agora vejam a reação dos europeus, em especial em Paris e em Atenas:

“Cerca de 300 manifestantes bloquearam parcialmente nesta sexta-feira uma das avenidas principais de Paris, Champs-Elysées, em protesto pela morte de Alexis Grigoropoulos, 15, assassinado a tiros por um policial no sábado passado (6), em Atenas, na Grécia. (...)
Hoje, as delegacias de Atenas foram o principal alvo dos protestos na cidade. Nas primeiras horas do dias, várias delegacias foram atacadas com pedaços de pau, garrafas e pedras em várias regiões da capital. Manifestantes protestaram em frente a casas de policiais e um grupo montou acampamento em frente à prefeitura, segundo noticiaram redes de TV locais.
Ao menos uma pessoa ficou ferida nos ataques. Mais de 100 colégios na Grécia permanecem fechados e outros continuam ocupados pelos estudantes, enquanto as universidades do país têm se unido ao movimento.
Desde o início desta onda de violência urbana, centenas de lojas e agências bancárias foram alvo de depredação, e muitos veículos foram incendiados. Conforme as autoridades, desde sábado, ao menos 70 pessoas ficaram feridas e cerca de cem foram presas”.
Já essa é a primeira, do início da manhã, antes de acontecer o que foi registrado nas notícias anteriores:
“Depois de seis dias de protestos, a Grécia viveu uma madrugada de chuva e de tranqüilidade nesta sexta-feira. O país registra protestos e confrontos entre jovens e a polícia em diversas cidades desde sábado passado (6), quando Alexis Grigoropoulos, 15, foi morto a tiros por um policial, Epaminondas Korkoneas, 37, em Atenas. É a maior onda de protestos ocorrida na Grécia desde o retorno da democracia, em 1974.
O prejuízo pelos danos causados nos protestos já soma milhões de euros”.

Agora pergunto: imagina se aqui no Brasil fossem fazer um protesto desses cada vez que um policial mata um civil, o que aconteceria? Uma revolução! Só que aqui no Brasil é normal quem é (mal) pago para proteger, agredir, ameaçar, abusar da autoridade, matar. Só que a justificativa para isso está justamente na palavra “mal” do pago. Ou seja, o povo mesmo justifica: ganhando 600 reais para sustentar família, que policial não vai se corromper?
Mas o problema está justamente no acomodamento do brasileiro. No meu, no seu, no nosso acomodamento. Mataram uma criança? Não é problema meu, é da família e dos amigos dela. Não se tem união. Não se tem unidade (nesse ponto o pessoal do Exército tem razão). Não se tem moral. Além disso, tudo é normal e tudo é justificado por alguma coisa.
Mata-se o inocente e se joga o corpo dele no meio do asfalto diante de câmeras, mas ele fez isso porque ganha mal. O governo paga mal porque não tem dinheiro. O governo não dá assistência (o pai não da mesada ao filho) logo, o cidadão já tem um motivo e uma justificativa para ser desde um pequeno picareta, que dá pequenos golpes, até um traficante homicida. O policial matou? Ah, quem nunca errou antes?
Agora, na Grécia o negócio funciona ao contrário. O sujeito paga imposto, o policial ganha bem, e se ele matar um civil, a briga não é contra a pessoa do policial, mas sim contra todo o sistema, que ganha bem e falhou! Uma revolução está acontecendo por conta de um homicídio cometido por um policial. A polícia, lá, tem moral. E aqui, que a polícia virou chacota da dança da periquita, praticamente todos os âncoras dos jornais das grandes emissoras deram a notícia dos manifestantes da Grécia como se dissessem: “fazer toda essa baderna SÓ porque um policial matou um civil? Francamente”. E vendo isso meu sangue sobe para a cabeça, me embrulha o estômago, e eu fico a pensar comigo mesmo: francamente... Brasil, Brasil. É brabo, meu Brasil!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Retro: Das Missões para o Rio de Janeiro


Acabei de ver “Meu nome não é Johnny” e lembrei-me do carnaval de 2005 que passei no Rio, e lembrei também que publiquei um texto no blog do meu amigo Mário, porém, não sabia se esse texto ainda existia. Mas como lembrava o nome do título do texto, achei-lô-o através do sempre eficiente google, e posto-lo-o aqui e agora, porém, sob a minha forte e inapelável censura para aquelas cenas mais pesadas. Se você quiser o texto na íntegra, que vá procurar no google também. Mas é o seguinte: vendo o filme fiquei me questionando qual o limite das coisas, sacam? Tipo, o cara estava curtindo, e entrou numas que não tinha mais volta, e quando ele se deu por conta, estava naquilo que o filme retratou: cumprindo pena num manicômio cheio de malucos psicopatas que haviam estripado mães, filhas, mulheres, homens, enfim, tudo que você imaginar. É um filme imperdível, apesar de que, conversando com várias pessoas durante esses anos todos, percebo que o próprio brasileiro tem preconceito com os filmes brasileiros, o que é uma pena, porque esse filme é realmente muito bom, além ter um caráter bem jornalístico (já que é uma história real) e também deve ser bastante citado nos cursos de Direito, já que aborda a questão humana dos julgamentos e talecoisa. Mas enfim, segue o texto, para a sua apreciação, ou desgosto...
Ah, e o texto foi publicado em 24 de fevereiro de 2005, ou seja, poucos dias depois de ter voltado do solo carioca.

Das Missões para o Rio de Janeiro
Rio de Janeiro. Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil! Rio de Janeiro. Cidade desespero. A vida é bela mas só vive quem não tem medo! Nas duas semanas em que fiquei no Rio de Janeiro pude verificar os dois lados desta cidade que assusta e ao mesmo tempo encanta. Tive a oportunidade de conferir de perto as belezas das praias de Copacabana e Ipanema, assim como pude sentir o clima de insegurança de Bonsucesso, cercada por morros e complexos de favelas, dentre eles o Complexo do Alemão e o Morro do Adeus.
A idéia de ir para o Rio surgiu quase que por acaso. Eu estava indo para Porto Alegre fazer um estágio na assessoria de imprensa do Sport Club Internacional, quando meu amigo carioca Vinícius Longo me enviou uma mensagem via Orkut dizendo que iria para a capital dos gaúchos participar do Fórum Social Mundial. Como eu estava alugando um apartamento para fazer o estágio, sugeri que ele ficasse lá durante o fórum, ao invés de ficar no acampamento. Isso já era início de janeiro. Foi então que surgiu a idéia de ir para o Rio passar o carnaval e ficar na casa do Vini. Mas vamos pular a parte do fórum (que já renderia muitas linhas) e ir direto ao carnaval mais famoso do mundo.
Embarquei no aeroporto Salgado Filho rumo ao Rio exatamente às sete da manhã, chegando lá por volta das oito e meia. Fica até difícil relatar qual foi a minha primeira impressão do Rio, porque o lanche que eu comi no avião me fez mal, e cheguei lá com muita dor de barriga e vontade de vomitar. Do aeroporto Galeão, pegamos um coletivo até Bonsucesso, e chegando lá tive que comprar alguma coisa para o estômago. Receitaram-me um remédio amarelo de gosto ruim, mas que fez com que me sentisse bem na hora. Rio de Janeiro, aqui estou eu! Com meu estômago 100% e pronto pra tomar todas! Mas a primeira noite em território carioca não foi de bebedeiras e tampouco de (censurado). Fomos na Imperatriz Leopoldinense conferir o último ensaio para o desfile das escolas de samba. Muito show. Realmente só o fato de conferir aquele espetáculo a alguns centímetros do meu nariz já valeu a pena. No fim, ainda tomamos um banho de chuva na hora de ir embora. Mas nada que estragasse a festa. Já a sexta feira foi um tanto inusitada. Fomos curtir o carnaval na Lapa, que tava muito legal por sinal, porém, assaltaram meu amigo Vinícius e levaram a carteira dele com todos os documentos. Resumindo, viramos da sexta para o sábado na 5ª DP. Foda-se. Sábado de manhã tinha o bloco Bola Preta na Cinelândia. Curti muito. Dormir? Que nada. É carnaval no Rio tchê! Saímos de lá e demos um pulinho no shopping em Botafogo, de onde foi difícil arrastar meu amigo Vinícius para o Maraca para assistir o Fla-Flu que não valia mais nada. Clássico para turista ver. Vi e curti. O jogo foi bom e de lá fomos para Bonsucesso comer alguma coisa, porque o carnaval estava recém começando! De noite fomos à Lapa onde tomei um trago muito foda. Começamos bebendo na casa do Tarso (professor do Vinícius) e saímos de lá tocando pandeiro e cantando marchinhas de carnaval invadindo todos os bares por onde passávamos. Mais tarde, fomos nas escadarias que vão para Santa Teresa (que não lembro o nome) e lá deu uma confusão, que só lembro do carinha andando com uma arma na mão no meio do povo. Eu que saí aqui do interior do Rio Grande do Sul não me assustei. Mas uma amiga do Tarso que estava junto se apavorou e me puxou pra longe das escadarias. Já era mermão, e acabei me perdendo do resto. Só lembro do Mineiro, outro amigo do Vinícius, ligando para ele pra me buscar ali perto. Entrei no ônibus olhei para o Vini e disse:
- Bah, preciso ir no banheiro.
- Que banheiro o quê, nós estamos no ônibus, pô!
- Mas bah, preciso vomitar.
- Pô, vomita ai!
Já era de novo! Fiquei uns 15 minutos vomitando pela janela do ônibus enquanto ele passava por aqueles arranha céus da Lapa e do centro do Rio. Às vezes ouvia alguém me chamando de “Fiadaputa”, mas eu ainda tinha fôlego pra responde “Vai se fude porra!”.
Já no domingo maneirei um pouquinho e praticamente não bebi nada no Terreirão do Samba e na Lapa. Na segunda, peguei uma praia em Ipanema e um bloco em Copacabana. Também fiz minhas compras de turista. Na terça, último dia de carnaval, tinha que aproveitar ao máximo. Assim como no sábado tomamos um trago na casa do Tarso antes de irmos para a farra. De lá fomos para a Lapa, onde novamente me perdi dos outros. Disse que ia dar uma voltinha a meia noite e só voltaram a me achar às cinco da madruga (foto quando me acharam). O que aconteceu nesse meio tempo, nem eu sei direito. Só sei que no outro dia acordei com um carimbo de alguma boate no meu braço e com um cartão de uma fonoaudióloga com o e-mail de uma tal de Sissa escrito à caneta. Tenho que mandar um mail pra ela pra perguntar quem ela é e o que houve. Já o resto que aconteceu, se eu fosse contar daria mais umas três páginas, então, fica para outra oportunidade. Logo após o término do carnaval fiz o roteiro tradicional de todo o turista, conhecendo pontos históricos e as principais praias. A cidade é realmente muito bonita, mas dá para sentir o clima de insegurança no ar. Os cariocas até reclamam disso, mas dizem que não trocam a cidade maravilhosa por nada. Em alguns momentos até senti uma dose de bairrismo por parte deles, mas nada muito diferente do que acontece em qualquer outro estado do Brasil. Afinal, tanto aqui quanto lá só sai ganhando aqueles que rompem com esse pensamento bairrista (que eu achava que era interiorano, mas pude ver que muitas vezes é mais forte nas capitais) e que ao invés de se estressar preferem aprender outras culturas. Sei que já escrevi além da conta, e que mesmo assim faltou muito do que eu queria dizer, mas tenho que agradecer ao Mário pela companhia no Rio e pelo espaço cedido em sua página e ao Vinícius e toda a sua família que me recebeu muito bem, além de todos os amigos que pude fazer ai. Fica o convite para todos (cariocas ou não) conhecerem Santo Ângelo, Ijuí, Porto Alegre e todo o Rio Grande. É isso ai tchê!

Como diria o gaguinho: por hoje é isso pessoal!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Reflexões


Estava eu, aguardando o horário da minha entrevista para a seleção do mestrado da Unisinos, quando resolvi puxar o caderno e anotar alguns pensamentos profundos acerca dos mais variados temas, além de observações filosóficas das atitudes engraçadas que as pessoas têm ao nosso redor, ou, a exemplo do que dizia o Dinho, dos Mamonas, “os animal, têm uns bicho interessante”. Compartilho-los-os agora com vocês, e espero que essas reflexões possam enriquecer as vossas vidas:
- Para uma pessoa ficar para a história depois de morta, ela deve render lucro para alguém. (Ao lado desse pensamento escrevi: divagar sobre isso mais tarde. Ajudem-me a lembrar, please).
- Não tinha ninguém tomando sorvete antes de sentar-me aqui nessa mesinha. Peguei um, e agora tem outras quatro pessoas (sendo um casal) comendo sorvete aqui ao redor.
- O quê faz um guri ficar sentado em um banco no sol, tendo tanta sombra por esse campus, às 14h30, de boné, camiseta e bermuda jeans, num calor de quase 40 graus, mexendo no noteboock? O engraçado é que ele está no único banco que tem sol no meio desse prédio redondo cercado de árvores, e tem outros quatro bancos vazios ao redor dele com sombra. Será que ele é meio burrinho?
- Qual sorvete é melhor: o de morango ou o de coco?
- O quê faz uma mulher dessas com um cara desses?
- Por que tem um orelhão para anão aqui na frente, se tem tanta cadeira vazia por ai? Não é mais fácil um anão pegar uma cadeira para subir em cima e ligar, do que as dezenas de pessoas que precisam utilizar o orelhão diariamente ficarem se abaixando, com dor nas costas? Devia ter uma câmera 24 horas para ver se algum anão já ligou desse orelhão para anões.
- Por que o guardinha fica me olhando atravessado? Será que tenho cara de bandido? Com esses óculos e camisa social, suando feito um porco, acho difícil... Será que pensa que sou um terrorista? Ou que sou o chefe de uma quadrilha que vai assaltar uma agência bancária aqui do campus, como aconteceu nesse mesmo lugar há cerca de um ano?
- O quê será que vão me perguntar na entrevista?
- Por que não paro de suar, caraca?
- Ó: passou uma mulher com uma criança, de uns três anos, e ela está brincando no orelhão para anões. Ela ta fingindo que está ligando para a vovó! Eis uma utilidade para esse orelhão! Agora, a mãe está brigando com ela porque a coitada não quer largar do orelhão. “Vovó, ta tudo bem aqui vovó. Oi vovó. Vovóóóóóó!”. Tu vês! A guriazinha, que deve ter, sei lá, uns 80 centímetros (no chutão), está passando a conversa na mulher. Por que ela não pega a cria no colo e não leva embora de arrasto?
- A tinta dessa caneta não era azul?
- Quanto será que é a Coca nesse boteco?
- Agora chegou um cara para sentar com o casal, que descobri nesse momento que não é um casal, mas sim um guri e uma guria que são amigos. Eles estão falando sobre um tal de “curso de padrinho” e um deles está tentando convencer o outro a mentir que já fez, para escapar da bucha. Acho que é curso de padrinho para casamento. Ou será para batizado? Quem teve a idéia de fazer curso de padrinho? Nem sabia que existia isso. O tal casamento, ou batizado, será em Itajaí (SC). O pai do cara é católico, mas ele, que tem uns 18 anos, é luterano. Cada um, cada um.
- A guria foi no banheiro e os dois estão olhando para o nada com ar de besta. Lembrei do Chaves e do Kiko. Saudades dos meus 18 anos...
- Já são 14h44 e o outro guri segue lá sentado no sol. Porém, fechou o notebock e está pensando na vida.
- A guria sai do banheiro falando feito uma matraca, quebrando o silêncio filosófico dos dois. Por que mulher gosta de falar tanto?
- Agora ela saiu de novo e o silêncio voltou a reinar.
- Voltou a guria. Já chegou reclamando que a água do banheiro está quente. Por que mulher gosta de reclamar tanto? Perguntem ao David Coimbra...
- Agora, os três se levantaram dizendo que vão para a biblioteca. Ou, desconfiam que eu estou escrevendo a conversa deles...
- O guri segue no sol, e eu vou para a entrevista.
Para finalizar, achei a foto de um cara, que deve ter sido o genial inventor do orelhão para anões, que é aquela lá do início do post.
Fim.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Novas previsões futebolísticas


Como diria o Renato Russo: quem acredita sempre alcança. Nós, gremistas, esperamos, mas não alcançamos nesse ano. Podem me cobrar, colorados de plantão. Podem repetir com voz irônica: “quem é que ia ser campeão brasileiro? Ãh? Ãh?”. Tudo bem. Não fomos campeões nesse ano. Mas anotem aí: ano que vem a Libertadores é nossa! Também não precisam ficar tristes, colorados, digo de antemão que o Inter será o campeão brasileiro de 2009, no ano do seu centenário.
O ano se finda, e quero encerrar meus comentários futebolísticos com alguma coisa de fundamento. Primeiro, cheguei a pensar em reclamar da arbitragem, que validou um gol em impedimento do São Paulo, que acabou sendo o gol do título. Mas aí lembro que foram tantos os erros de arbitragem que influenciaram diretamente nos resultados nesse Brasileirão, que nem vale a pena valorizar isso. Começo lembrando o pênalti claríssimo que não foi marcado para o Grêmio contra o Atlético-PR nos minutos finais de jogo. No entanto, os são-paulinos irão retrucar que o Grêmio ganhou do próprio São Paulo no estádio Olímpico com um gol impedido do Peréa. É verdade. E o jogo contra o Santos, também em Porto Alegre? Vencíamos por 1 a 0 quando o árbitro não deu um pênalti tão claro quanto o que não foi dado a favor do Grêmio em Curitiba, e no final o time do Roth acabou fazendo o segundo. Portanto, não adianta reclamar da arbitragem.
O que mais sinto na história toda, sob o ponto de vista de choradeira, é o fato do jogo do São Paulo contra o Goiás ter sido em Brasília. Certamente se fosse no Serra Dourada, com a maior parte da torcida torcendo para o alviverde, a história seria diferente. Mas também não podemos ficar analisando algo com “se isso”, “se aquilo”. Foi e foi. Foi ido. Agora, troque um dos “is” pelo “d” que você vai saber o que foi que aconteceu mesmo.
Encerro esse meu breve comentário futebolístico, fazendo duas ponderações. Primeiro que: com o Grêmio, o São Paulo, o Cruzeiro e o Palmeiras iniciando 2009 pensando na Libertadores (como fez o Fluminense e o próprio São Paulo nesse ano) e com o time que o Inter tem, e considerando ainda os jogadores que devem ir para o Beira-Rio, acho muito difícil o Inter não ser campeão Brasileiro no próximo ano. O time, individualmente, e nesse segundo semestre, coletivamente, é muito superior a todos os outros. Por isso disse antes, e repito: o Inter será campeão brasileiro de 2009. Até porque essa deve ser a prioridade do colorado, já que o Brasileirão será a competição mais importante a ser disputada pelo time de Tiete. Apesar que, agora, revisando o texto, lembrei que o Corinthians estará na série A, e acho que talvez (quanta incerteza!) a equipe paulista possa complicar a vida dos gaúchos (lembram 2005?).
Já sobre a minha previsão do Grêmio ser campeão da Libertadores, não tenho absolutamente nada para embasar e sustentar substancialmente essa minha opinião. A não ser o fato de que os clubes latino-americanos estão cada vez mais fracos, e isso faz com que o sonho do tricampeonato da competição mais importante da América se torne algo palpável para o imortal tricolor.
Espero acertar as minhas previsões, e desejo um feliz ano novo aos gremistas e colorados leitorinhos dessa nobre coluna. E para os torcedores dos outros times também. Em especial, aos vascaínos, que vão conhecer as delícias da segunda divisão (viu, colorados, podem ficar curiosos para sentir esse gostinho, que um dia será realidade para vocês). Despeço-me lembrando que outras colunas ainda virão em dezembro, sobre outros assuntos, de outras galáxias, de outras vidas, de outros tempos! Quanta misticidade! Vou lá fazer meu oooommmmm na frente do guarda-roupa que ganho mais...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Meio assim, sei lá, entende?

Estava conversando há pouco com a minha mãe. Faz uma semana que terminaram as aulas e estou no aguardo das entrevistas da seleção do mestrado, após cursar um ano como aluno especial. Ou seja, já fiz todas as provas, e teoricamente estou com mais tempo para ler e escrever. Mas vocês pensam que eu tenho lido e produzido mais por conta disso?
Doce ilusão. Como falei com minha mãe, quanto mais coisa a gente têm para fazer, mais a gente produz. Quanto menos coisa a gente têm para fazer, menos a gente produz. E assim está sendo comigo. Quando eu estava em meio às aulas e à tormenta do trabalho (parece que todos se combinam de ir e ligar para o jornal ao mesmo tempo, como comentei outra vez) eu leio mais e escrevo mais. E não estou falando das leituras obrigatórias, estou me referindo àquelas leituras de ficção, contos e crônicas. Há poucas semanas comecei a ler o livro do Mário Prata, que são quase 400 páginas. Eu tinha parado de ler na página 300 e alguma coisa, e em pouco mais de uma semana sem aula eu não li mais do que 30 páginas. O mesmo vale para outros livros. E os textos do blog? Chego na décima linha de língua de fora. Antes, escrevia duas, três páginas tranqüilo, sem fazer força. Parece que falta assunto, sacam? Nem para contar as histórias antigas estou me prestando. Não sei qual a explicação lógica para isso, mas quando estamos na correria, falamos com muita gente, vemos muitas coisas na qual queremos comentar, lemos outras coisas que nos chamam a atenção e despertam aquela coceirinha de vontade de escrever sobre aquele tema. E quando estamos assim, de bobeira, sem pensar em muita coisa, sem muito compromisso com prazos de leituras e de produções de textos, artigos, provas, etc, ficamos assim, meio bobos.
Estou me sentindo meio budista. Sem saber bem certo o que pensar. Deveria estar pulando e comemorando por ter passado na prova da seleção da PUC, era uma coisa que eu queria muito, demais, e que sei que é muito importante para mim e para o meu futuro. Porém, ainda não consegui vibrar como queria. Quem sabe depois que sair o resultado definitivo? Sigo aguardando (muitas vezes essa parece ser a sina do ser humano, estar sempre aguardando alguma coisa....). Voltaremos!

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

É aguardar pra ver!


Começo pedindo desculpas aos milhares de leitorinhos tupiniquins e a todos aqueles que não gostam de futebol, mas me deu aquela coceirinha de vontade de falar sobre futebol agora, já que tenho pensado muito sobre isso nos últimos dias, e não resisti. Terei que falar sobre os últimos acontecimentos (e os que estão por vir) que envolvem a dupla grenal. E também aproveito para esclarecer que usar o termo “leitorinhos” é sim cópia pura do David Coimbra. Podem me criticar a vontade: “esse larápio não tem nem vergonha, copiando o David Coimbra! Humpf! Nunca vai passar de um escritorzinho iteriorano!”. Já o David Coimbra, que está entre os 90% da população mundial que me lêem, vê e pensa: “mas que cara de pau sem criatividade, fica me copiando descaradamente, querendo ganhar fortuna e fama às minhas custas! Humpf!”.
Pois é. Ah, e falando em David, estou devendo a publicação da entrevista que fiz com ele, mas o problema é que ficou a cópia no computador do jornal, e dias atrás fui procurar e não achei. Enfim, quando achar, publica-ei-la-a.
Mas vamos à dupla. Comecemos pelo Inter, que ontem se sagrou campeão da Copa Sul-Americana, e que agora está com o novo slogan: Campeão de Tudo! Meu sogro veio me zoar hoje, mas tratei de lembrá-lo que o Grêmio tem um título que o Inter ainda não tem. Bem, nem vou dizer qual é, mas você já deve deduzir...
Verdade seja dita, o Inter entrou em campo com aquele clima de já ganhou, esse é o jogo da festa, da coroação do título, ou seja, o Estudiantes era o touro da tourada. Porém, o touro se revoltou, e por pouco não transformou a festa colorada em tragédia futebolística. E, só para não deixar passa em branco, tive que concordar com o Lasier (ou foi o Santana?) que comentou hoje no Jornal do Almoço que, caso o Inter tivesse perdido, os colorados estariam querendo o couro do técnico Tite por ter tirado o Alex do time. Confesso que também não entendi, e achei mais confuso ainda por essa substituição ter sido feita justamente pelo Tite. Ainda se fosse algum dos teimosos clássicos, como o Celso Roth ou o Muricy. Mas o Tite? Convenhamos....
Agora, passemos ao Grêmio. Lógico que é muito melhor e mais emocionante de se brincar de mãe Dinah e comentar os jogos que ainda estão por vir, do que se encher de razão para palpitar sobre o que já passou. Abro aqui um parêntese para perguntar ao leitorinho: você viu o astrólogo entrevistado pelo Globo Esporte de hoje? Se não viu, perdeu. O cara disse: “o São Paulo tem mais chances, mas o Grêmio também pode ser campeão”. Com uma previsão dessas, não preciso nem ver a última rodada. Da próxima vez podem entrevistar o vizinho aqui do lado que tem quatro anos e meio, que ele é mais ousado e diz com todas as palavras O SÃO PAULO VAI SER CAMPEÃO BRASILEIRO. Pronto. Isso sim é previsão. Agora, tu tens duas possibilidades e diz: “pode ser que.... mas....” PORRA! E a Globo colocando isso no ar! Falasério!
Pois bem, seguindo os comentários relacionados aos programas televisivos, em meio ao meu almoço sagrado eu estava assistindo a Bandeirantes, e um são-paulino, que não consegui identificar quem era (se alguém viu, me dê uma mão, please) entregou para a Renata Fan uma faixa do São Paulo hexacampeão, que no verso tinha: “os hexacampeões”, onde se seguiam os nomes dos jogadores do tricolor paulista. Lembrei da Copa de 50, quando antes da final entre Brasil e Uruguai, que teve o maior público da história do futebol (200 mil torcedores no Maracanã) alguém da delegação uruguaia teve a genial idéia de recolher uma série de pôsteres que os jornais brasileiros publicavam antes da final e que traziam o seguinte escrito: Brasil Campeão Mundial de 1950. Esse sujeito criativo espalhou os pôsteres pelo vestiário da seleção uruguaia e escreveu em cima: “pisem en la bosta”. E o resultado vocês já sabem... Depois, fiquei ali, com o garfo com um nhaco de carne cravado no garfo, parado no ar, imaginando como reagiriam os jogadores do Goiás se vissem aquela cena.
E agora cá estou eu, tentando imaginar o que vai acontecer no domingo. Podem me cobrar depois, podem me chamar de louco, de sonhador, de fanático, do que quiserem, mas eu faço a minha previsão: O GRÊMIO VAI SER CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2008 NO DOMINGO! Aguardem...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Altos papos com o guarda-roupa


Pois é. Eu também achava que era o único ser no mundo que não reconheceria que aquilo era um motel. Mas vou entregar a Ângela. Ela e o Reges também só ficaram sabendo depois que alguém lhes informou! Arrá!
Enfim, como mencionei no post anterior, não vou ficar falando de palestras, e acho que o que aconteceu de mais interessante na viagem, fora o Congresso, foi o que contei antes. Na verdade achei que quando terminassem as aulas eu escreveria mais aqui porque teria mais tempo, mas na verdade estou tão nervoso esperando o resultado da prova da seleção do mestrado (que sai na sexta) que não consigo me concentrar e ficar rememorando o que aconteceu. Não vou forçar a barra, e quando a inspiração bater (se é que ela vai bater) eu escrevo mais aqui sobre a viagem a São Bernardo.
Bom, resolvi escrever apenas para comunicar aos nobres leitorinhos tupiniquins que estou vivo, porém, anda faltando-me inspiração. Acho que estou em crise de identidade, sacam? Quando você pára, fica sentado na beira da cama, olhando para o seu guarda-roupa, e ele fica te olhando sem dizer nada, e você pensa “pô cara, você me acompanhou a vida toda. Eu já saí, já morei em outros lugares, morei num kitnet minúsculo onde eu levantava da cama e já estava na porta, morei outros dois anos na minha tia em Ijuí, morei quatro meses no meu tio em Porto Alegre, morei outro mês no apartamento de um amigo meu em Porto Alegre, e todas essas vezes, você sempre ficou aqui me esperando voltar. E sempre com esses adesivos que eu colei na sua madeira quando eu tinha, sei lá, dez, doze anos...”. E fico ali, divagando mentalmente com o guarda-roupa, como se ele me entendesse, e esses papos são tão terapêuticos, que depois de ouvir o seu silêncio eu me sinto mais leve...
Aliás, vou encerrar esse post para ir lá conversar com ele.